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PLANO DIRETOR EM DEBATE
Trânsito, urbanismo e zoneamento preocupam
Bairros combatem a própria decadência na Consolação
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Os moradores do distrito da
Consolação -que abrange os
bairros Consolação, Higienópolis
e Pacaembu- convivem diariamente com o que julgam ser o
principal desafio do plano regional: a degradação das ruas e avenidas, bem como dos imóveis.
Entre as principais causas da decadência, que atinge alguns dos
bairros mais tradicionais na região central de São Paulo, estão a
péssima conservação das calçadas, a poluição visual e o excesso
de camelôs e vendedores ambulantes. Outra queixa é a proliferação de imóveis irregulares onde o
zoneamento não permite.
"Estamos desenvolvendo projetos para requalificar o distrito e
recuperar as áreas deterioradas",
afirma o economista Edison Farah, 56, presidente da Bairro Vivo
Agência de Preservação Urbana.
Um exemplo é o Bulevar Augusta, que propõe limpeza das fachadas, recomposição das calçadas e substituição das linhas de
trólebus por microônibus.
Na opinião do conselheiro do
Secovi-SP (sindicato das imobiliárias e construtoras) Cláudio
Bernardes, o projeto é interessante e viável, salvo o cuidado com a
questão do transporte. "O número de ônibus não deve diminuir.
Talvez seja preciso transferir o
transporte para outro local."
Para os moradores de Higienópolis, a degradação não chega a
ser um problema. "Aqui a fiscalização funciona bem, e o zoneamento é respeitado na maioria
das ruas. Nossos problemas hoje
são o trânsito e a segurança", diz a
consultora Nazire Fernandes.
Corredor
Já no Pacaembu, bairro tombado pelo Conpresp e pelo Condephaat (órgãos oficiais de defesa do
patrimônio), moradores e comerciantes vão discutir no plano o futuro da avenida Pacaembu -um
corredor de serviços que atualmente é tomado pelo comércio.
"A avenida Pacaembu é um corredor de passagem e não pode
atrair trânsito local. Existem ali
157 imóveis, mas 30 estão irregulares e desrespeitam o zoneamento", aponta Iênidis Benfati, 58,
presidente da associação Viva Pacaembu por São Paulo. Segundo
ela, outro problema surge do comércio ilegal, que "coloca grandes
placas de propaganda e descaracteriza o tombamento da região".
"Queremos regulamentar a avenida como corredor comercial e
já enviamos um projeto de reurbanização para as subprefeituras
da Sé e da Lapa", contra-ataca Roberto Marques, 40, da Associação
de Comerciantes. O projeto, de
acordo com o advogado, contém
propostas de aspecto visual, urbano e paisagístico. "Poderia agradar a moradores e a comerciantes."
(MONICA FAVERO)
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