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HOTÉIS
Lançamentos crescem 43%
Ocupação despenca 41%
EDSON VALENTE
MARLENE PERET
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O comportamento dos cinco-estrelas em São Paulo contraria a
lógica. Nos últimos seis anos, a taxa de ocupação despencou 41%,
segundo a consultoria BSH Travel
Research. Esse panorama negativo, contudo, não inibiu os lançamentos, que cresceram 43% no
mesmo período e devem subir
mais 5% em 2004 -veja quadro.
Ainda neste semestre, está prevista a abertura do Caesar Park
Vila Olímpia (zona oeste), com
180 apartamentos. "Os cinco-estrelas se concentram nas regiões
da av. Paulista e da av. [Eng. Luiz
Carlos] Berrini. Apenas neste ano
eles surgirão nas imediações da
av. Faria Lima, criando um novo
pólo", diz Sérgio Bueno, 33, diretor de desenvolvimento da BSH.
Atualmente, Berrini, Faria Lima, Ibirapuera e Moema respondem por 50% da oferta hoteleira
de redes, à frente da tradicional
av. Paulista, com 31%. A Faria Lima foi o maior reduto de lançamentos de 1985 a 2003: recebeu
4.401 novas unidades, um crescimento de 8.982% em relação às 49
que tinha. "É o centro financeiro
moderno", define Luis Eduardo
Calle, 43, diretor da marca Caesar
Park. "Por isso estamos otimistas
a curto prazo", diz, apostando
que 100% de seus hóspedes serão
"executivos de altíssimo padrão".
Assim é no hotel Fasano, inaugurado em 2003. "Atuamos num
nicho específico", diz Hans
Heinz, 35, diretor. "São Paulo tem
poucos hotéis sofisticados em termos internacionais." Segundo ele,
60% dos hóspedes provêm da Europa e dos EUA e pagam uma diária de R$ 850, 124% maior que a
cobrada no Caesar Park (R$ 380).
"Nossa taxa de ocupação, de
50% [15 pontos percentuais acima da média do mercado], é agradável", diz Heinz. Mas os números paulistanos estão distantes
dos de outras localidades onde
predomina o turismo de negócios, como, por exemplo, Tóquio
(76,6%), Hong Kong (73,5%) e
Santiago (51,9%), revela pesquisa
da consultoria Deloitte, de 2003,
com 250 marcas em 140 países.
Diante desse cenário, a saída é
mesmo se especializar, opina Luis
Perillo, 38, gerente do Hilton Morumbi (região oeste), eleito o melhor hotel de negócios da América
Latina pela revista americana "Latin Trade". "Fechamos 2003 com
taxa de ocupação de 33%, abaixo
da expectativa. Mas, neste ano, já
atingimos 42% e devemos ultrapassar os 50% até dezembro."
Nem todos estão otimistas. A
superoferta fez o grupo alemão
Kempinski -representado no
Brasil pela empresa Srur (que
controla o SP Market)- adiar a
inauguração de um hotel com 220
apartamentos, no cruzamento
das avenidas Faria Lima e Juscelino Kubitschek, prevista para este
ano, por tempo indeterminado.
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