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VILAS À VISTA
Investimentos migram para regiões como Granja Viana e Guarulhos
Lançamentos para a classe média se afastam da capital
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A escassez de opções para a
classe média é um panorama que
não tende a mudar tão cedo, de
acordo com o mercado. De um lado, construtores e incorporadores
afirmam ser difícil encontrar
bons terrenos que viabilizem a
construção de casas a um preço
acessível para esse público.
Na outra ponta, avaliam que as
vendas para clientes nessa faixa
de renda não têm sido boas. "A
classe média está sem dinheiro",
diz Claudio Bernardes, do Secovi.
"Uma casa com três dormitórios
custa, em média, R$ 180 mil."
O preço médio de casas em vilas
varia de R$ 73 mil (dois dormitórios) a R$ 606 mil (quatro dormitórios), informa Luiz Paulo Pompéia, 50, diretor da consultoria
Embraesp (Empresa Brasileira
de Estudos de Patrimônio).
Velocidade de venda
Edson Ribeiro, 45, diretor comercial da incorporadora Tecmac Engenharia, afirma que "estão boas" as vendas de padrão
médio, mas com um porém: fora
da capital. "O preço do terreno
em São Paulo ainda não viabilizou obras como as que fazemos
em Cotia e na Granja Viana", conta. Um dos lançamentos na Granja tinha casas de 125 m2 a 183 m2 na
faixa de R$ 90 mil a R$ 250 mil. Ele
agora sonda áreas como São Bernardo do Campo e Guarulhos.
A construtora Dino Vitti já lançou quatro vilas em Cotia. Segundo Fernando Modolo Bechir, 30,
diretor comercial, as casas de
90 m2 saem por R$ 130 mil. "A
velocidade de vendas é superior
à de apartamentos", afirma.
De acordo com Tomás Salles,
52, diretor de novos negócios
da Lopes Consultoria de Imóveis,
as casas mais vendidas são as
de 100 m2 a 130 m2, com preços na
faixa de R$ 250 mil a R$ 300 mil,
isto é, de padrão médio-alto.
Vilas antigas
Enquanto os lançamentos não
cabem no orçamento, uma saída é
buscar casas nas vilas antigas. "Só
na região de Pinheiros e da Vila
Olímpia, há mais de cem vilas",
exemplifica o urbanista Cândido
Malta Campos Filho, que fez levantamentos nessas regiões.
Mas encontrar essas casas exige
que se gaste tanta sola de sapato
quanto para encontrar as novas.
O advogado Caio Eduardo
Aguirre, 30, estava procurando
um apartamento de um quarto
para morar com a namorada. Sua
sogra resolveu ajudar na busca e,
andando pela cidade, deparou-se
com uma vila na Aclimação, no
centro da capital.
"Inicialmente, achamos que seria mais cara do que um apartamento na mesma região, mas o
aluguel [de R$ 700] é o mesmo, e a
casa, quatro vezes maior", conta.
Desde que chegou a São Paulo, a
economista Michele Verçosa, 25,
buscava uma casa, mas achou os
preços de condomínios muito altos. "Procurei muito um lugar
com a minha cara e mais barato."
Ela achou uma vila na Mooca
(zona leste) e alugou uma casa de
dois dormitórios por R$ 400. "Os
cômodos são amplos, e só havia
um problema com o piso."
(BMF)
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