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PLANO DIRETOR EM DEBATE
Distrito sente mudança de vocação industrial para residencial; trabalhos estão no começo
Vila Prudente estuda trânsito e moradia
DA REPORTAGEM LOCAL
O distrito de Vila Prudente vem
mudando de perfil na última década. De vocação industrial, experimenta agora o nascimento de
grandes empreendimentos residenciais, a maioria em Jardim
Avelino, bairro de famílias de
classe média e média alta.
A infra-estrutura também é vista em bairros mais distantes, como é o caso do Jardim Iva, que
"tem 100% de saneamento, saúde
e educação", alardeia Antonio
Vasconcelos de Souza, 50, presidente da sociedade do bairro.
Mesmo assim, há o que melhorar. "Existem vários terrenos públicos que poderiam ser reativados como praças e áreas de lazer",
reivindica Oswaldo da Silva Santana, 64, presidente da Sava (Sociedade Amigos da Vila Alpina).
Em compensação, o bairro recebeu de volta, há uma semana, o
Centro Educacional e Esportivo
Arthur Friedenreich, um dos únicos locais de lazer da região.
Já os moradores do residencial
Marechal Mascarenhas de Moraes tentam preservar uma área
perto da avenida Sapopemba para o futebol de fim de semana.
Pedem ainda o alargamento da
avenida Prof. Luiz Ignácio Anhaia
Mello, no caminho para Sapopemba. "O trânsito afunila e fica
terrível", diz Afrânio Brenand da
Silva, 44, presidente da entidade
de moradores do condomínio.
A Anhaia Mello é alvo ainda de
uma das operações urbanas previstas no Plano Diretor Estratégico, já aprovado. De acordo com
Carlos Eli Gonçalves, 34, subprefeito de Vila Prudente, as propostas para ela saem até fevereiro.
Melhorias viárias
Os trabalhos da Vila Prudente
estão atrasados em relação aos de
outras subprefeituras. A fase é
ainda de diagnóstico dos problemas, mas Gonçalves já anunciou
que três grupos deverão discutir o
zoneamento, o sistema viário e os
temas sociais e de ambiente.
No item de melhorias viárias,
uma das idéias é aproveitar a faixa
da adutora da Sabesp, na av. Sapopemba, para tirar os ônibus da
via e desafogar o tráfego da região.
Segundo Fernando Luiz Pires,
49, coordenador técnico do plano
na Vila Prudente, os primeiros
trabalhos já mostraram a necessidade de interligações transversais
pelo distrito. Por isso estuda-se
uma via que saia pela av. Eng. Tomás Magalhães até a av. do Estado. E, na Henry Ford, também há
a possibilidade de mudanças que
passariam sobre a linha do trem.
Habitação popular
Habitação também é um tema
"quente" no distrito. Enquanto
o Jardim Avelino tenta firmar-se
como bairro residencial, outras
áreas tendem a ser usadas pa-
ra habitações populares.
Damásio Soares do Nascimento, 44, líder do movimento Santo
Conte, está ajudando no levantamento dessas áreas. "De 15 anos
para cá, mais de cem favelas foram formadas, mas há muitos
exemplos de locais onde podem
ser construídas habitações de interesse social, como nos 67 mil m2
das antigas fábricas abandonadas
da família Matarazzo", revela. O
movimento já identificou mais
cinco exemplos desses.
Nascimento argumenta que a
solução do problema habitacional
é boa para toda a região. "O comércio local acabou, e a classe
média que veio para os empreendimentos residenciais não compra nas ruas do bairro."
Porém, quanto à definição de
áreas para projetos populares de
habitação, Pires avisa: "Tudo cabe
como proposta, mas, até chegar a
lei, o caminho é bastante longo".
(NATHALIA BARBOZA)
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