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Distrito de Capão Redondo tem ainda tudo por fazer
DA REPORTAGEM LOCAL
"Essa gente já sofre demais/São
tratados como animais/E só querem um pouquinho de paz/E precisam ouvir Racionais", denuncia
a música "Gente da gente", do Negritude Júnior e do rapper Mano
Brown, líder do grupo Racionais
MC's. É o retrato fiel dos moradores do distrito de Capão Redondo,
que inclui os bairros Jardim Ipê,
Valo Velho e Vila das Belezas.
Formado majoritariamente pela população de baixa renda, o
distrito sofre com a falta de infra-estrutura básica. Em proporções
inversas, tem profusão de favelas
e loteamentos irregulares e escassez absoluta de equipamentos de
lazer e de saúde (no Capão Redondo, não há hospitais).
Está tudo por fazer. Os representes locais esforçam-se em
apontar as dificuldades. "Há um
projeto antigo de canalização do
córrego Pirajussara, que traria
melhorias para a região, mas a
prefeitura diz que não tem dinheiro", afirma Manoelito Rodrigues
da Silva, 49, diretor financeiro da
Associação dos Moradores do
Conjunto Chico Mendes.
Da Silva afirma que não tem
muitas informações a respeito
dos parâmetros de discussão do
Plano Diretor. "Ainda não sabemos até que ponto podemos
discutir o assunto", protesta.
Mananciais
José Gregório de Jesus, 66, presidente da Sociedade Assistencial e
Promocional do Capão Redondo,
tem a mesma opinião. "Não há
diálogo." Ele conta como prioritária a canalização do córrego Ribeirão dos Brancos, um dos muitos da região que transbordam.
O problema das cerca de 600
pessoas que moram no residencial Jardim das Rosas é um bom
retrato do distrito. O condomínio
tem 144 apartamentos, mas, nos
500 metros da rua Ana Aslan, onde está localizado, não há esgoto,
iluminação pública e pavimentação. "Não somos reconhecidos
porque estamos em área de mananciais", conta Florisvaldo Florêncio dos Santos, 32, advogado
da associação dos moradores.
Os mananciais são a preocupação de Arnaldo Francisco da Silva,
48, presidente da Sociedade Amigos Unidos de Vila Remo. "Queremos fiscalização e orientação",
diz. Para ele, a discussão também
passa pelo traçado do Rodoanel.
O problema é de representatividade, diz Cleodon Silva, 53, diretor do Instituto Lidas, que estudou a região de Campo Limpo,
onde está o distrito. "A atual divisão de São Paulo faz com que o cidadão tenha dificuldade de pensar a cidade, e só serve de referência para técnicos."
(NB)
Associações:
Conj. Chico Mendes, 0/xx/11/5822-0121; Jd. das Rosas, 0/xx/11/5822-0206;
Jd. Iva, 0/xx/11/9113-3870; Maeb, 0/
xx/11/6965-9997; Mascarenhas de Moraes, 0/xx/11/6119-6293; Santo Conte,
0/xx/11/6346-2826; Sava, 0/xx/11/
6912-4822; Soc. do Capão Redondo,
0/xx/11/5870-7000; Vila Remo, 0/xx/
11/5514-1490.
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