|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lei que determina, na propaganda, destaque ao nome do autor do projeto não foi regulamentada
Luta por assinatura mobiliza arquitetos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Os chamados arquitetos de grife conquistaram um direito -o
de assinar o empreendimento
com destaque nos anúncios- pelo qual a categoria profissional luta há muitos anos. Há, inclusive,
uma lei municipal de 1994 que determina o destaque ao nome do
autor do projeto na propaganda.
De autoria do então vereador
Marcos Mendonça, ex-secretário
de Estado da Cultura, a lei 11.507
não foi regulamentada até hoje.
"Essa é a nossa luta", diz o arquiteto Henrique Cambiaghi. "Há
uma supervalorização do decorador, mas, além de o arquiteto ter
direito à assinatura, o comprador
também merece saber quem
criou o que ele está adquirindo."
"Ilustre desconhecido"
A arquiteta Elizabeth Goldfarb,
49, que, ao lado de Itamar Berezin, costuma projetar muitos empreendimentos e aparecer pouco,
adotou o procedimento de estabelecer, em contrato, a divulgação
do nome do seu escritório. "Às
vezes, o decorador é quase uma
assinatura comprada", afirma.
"Até como estratégia de marketing, eu acho isso equivocado."
Ela conta que já participou da
elaboração de um empreendimento em que uma imobiliária
sugeriu o nome de um arquiteto
badalado para assiná-lo. Na pesquisa qualitativa, realizada pela
incorporadora, no entanto, os
participantes não conseguiram
identificá-lo. "Para eles, era um
ilustre desconhecido", diz.
Na opinião do presidente da
imobiliária Coelho da Fonseca,
Sérgio Vieira, 58, "é uma característica do ser humano valorizar a
badalação". "A estrela da Mercedes-Benz no Classe A agrega valor
ao carro?", questiona Vieira. "Lógico que sim. Carrega um conceito de qualidade. Na maioria das
vezes, esses arquitetos de grife
conquistaram as pessoas pela
competência."
(SÉRGIO DURAN)
Texto Anterior: O preço da grife Próximo Texto: Bya Barros diz que estilo influencia o comprador Índice
|