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São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2003

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Lei que determina, na propaganda, destaque ao nome do autor do projeto não foi regulamentada

Luta por assinatura mobiliza arquitetos

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os chamados arquitetos de grife conquistaram um direito -o de assinar o empreendimento com destaque nos anúncios- pelo qual a categoria profissional luta há muitos anos. Há, inclusive, uma lei municipal de 1994 que determina o destaque ao nome do autor do projeto na propaganda.
De autoria do então vereador Marcos Mendonça, ex-secretário de Estado da Cultura, a lei 11.507 não foi regulamentada até hoje. "Essa é a nossa luta", diz o arquiteto Henrique Cambiaghi. "Há uma supervalorização do decorador, mas, além de o arquiteto ter direito à assinatura, o comprador também merece saber quem criou o que ele está adquirindo."

"Ilustre desconhecido"
A arquiteta Elizabeth Goldfarb, 49, que, ao lado de Itamar Berezin, costuma projetar muitos empreendimentos e aparecer pouco, adotou o procedimento de estabelecer, em contrato, a divulgação do nome do seu escritório. "Às vezes, o decorador é quase uma assinatura comprada", afirma. "Até como estratégia de marketing, eu acho isso equivocado."
Ela conta que já participou da elaboração de um empreendimento em que uma imobiliária sugeriu o nome de um arquiteto badalado para assiná-lo. Na pesquisa qualitativa, realizada pela incorporadora, no entanto, os participantes não conseguiram identificá-lo. "Para eles, era um ilustre desconhecido", diz.
Na opinião do presidente da imobiliária Coelho da Fonseca, Sérgio Vieira, 58, "é uma característica do ser humano valorizar a badalação". "A estrela da Mercedes-Benz no Classe A agrega valor ao carro?", questiona Vieira. "Lógico que sim. Carrega um conceito de qualidade. Na maioria das vezes, esses arquitetos de grife conquistaram as pessoas pela competência." (SÉRGIO DURAN)


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