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Discussão agora é sobre comércio e serviços
Barra Funda prepara-se para receber mais gente
FREE-LANCE PARA A FOLHA
À sombra de uma linha ferroviária que o corta ao meio, o distrito da Barra Funda (Água Branca, Vila Barra Funda, Vila Chalot e
Vila dos Ferroviários) oferece
oportunidades para o crescimento do mercado imobiliário, enquanto os moradores sofrem com
a ausência de comércio e serviços.
"Perto dos trilhos, muitas casas
antigas e malcuidadas estarão
no chão em breve", prevê Regina
Monteiro, presidente do Movimento Defenda São Paulo.
"A tendência é que dêem lugar a
condomínios para a classe média
ou a prédios comerciais", analisa
Jovert Nunes Freire, 44, presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) de Perdizes,
responsável pela Barra Funda.
Já há uma supervalorização de
terrenos da várzea do rio Tietê, ou
lado de baixo do distrito. Henrique Cambiaghi, 52, presidente da
Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura, concorda. "A
presença de tribunais pode atrair
escritórios de advocacia."
Ele sugere incluir no Plano Regional a criação de um modelo
com vias elevadas e até de um
bulevar, que seria um modo de
respeitar a superficialidade do
lençol freático, sem agredi-lo.
Serviços básicos
O subprefeito da Lapa, Adaucto
Durigan, 50, que responde pe-
la Barra Funda, antecipa que
o principal objetivo dos grupos
que discutem o assunto será o
de retomar o desenvolvimento e
o crescimento da região.
O crescimento populacional pode, entretanto, deparar-se com a
limitação de uma série de serviços
básicos e cujo planejamento deve
ser pensado desde já. "Faltam
açougues, padarias, redes de farmácias e bancárias", afirma Vilma Finotti, secretária da associação Defenda a Barra Funda.
Para o diretor de legislação urbana do Secovi-SP (sindicato de
administradoras e construtoras)
Eduardo Della Manna, 45, "um
modo de revitalizar a Barra Funda
seria estabelecer parcerias com a
iniciativa privada, oferecendo outorga onerosa com contrapartida,
e destinando os recursos à implantação de equipamentos".
Enquanto isso não vem, Nunes
Freire, do Conseg, preocupa-se
com um albergue, na rua Boracéia, que a prefeitura disponibilizará, no ano que vem, para cerca
de 1.000 moradores de rua. "As
carrocinhas vão "povoar" a avenida Marquês de São Vicente
durante o dia", prevê.
Outro problema é a ausência de
restaurantes próximos à avenida
Marquês de São Vicente, o que faz
com que os refeitórios das indústrias sejam a única opção.
Além disso, os moradores reclamam das condições de segurança
nas imediações de uma passarela
sobre a via férrea. "Ali há tráfico
de drogas e assassinatos", conta
Finotti.
(EDSON VALENTE)
Associações de moradores:
Amabrás, 0/xx/11/3209-0651; Bom Jesus do Brás, 0/xx/11/229-1404; Conseg Perdizes, 0/xx/11/9158-0444; Conseg Brás, 0/xx/11/9508-7752; Defenda a Barra Funda, 0/xx/11/9161-5102.
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