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INTERIOR DE SP
Mesmo com ressalvas, comprador busca proteção em terrenos
Especialistas desaprovam
investimento como compra
DA REPORTAGEM LOCAL
E FREE-LANCE PARA A FOLHA
O aquecimento da demanda
por lotes residenciais não se deve
somente à compra de terrenos para a construção de um imóvel de
lazer. A procura também é grande
por pessoas que vêem no negócio
uma boa opção de investimento.
"Com as incertezas em relação à
eleição presidencial, muitos acabam investindo no segmento
imobiliário como forma de proteger seus bens, pois temem confisco semelhante ao de 1990", afirma
Marcelo Beraldo, 28, gerente da
Sul América Investimentos.
O representante dos construtores na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),
Sérgio Porto, afirma que "há facilidades ao comprador que diminuem em até 30% o gasto com a
construção de casas em lotes".
A margem de ganho, no entanto, acaba sofrendo com a valorização mais lenta desses imóveis.
"Antes do Plano Real, comprava-se um terreno que, após um ano,
era vendido com 100% de lucro.
Hoje, a valorização não chega a
50%", comenta o diretor da
Proinvest, Hélio Alterman.
Até mesmo quem trabalha com
o mercado evita recomendar os
lotes como forma de investimento: "É um imóvel sem alta liquidez, que não deve ser comprado
para lucrar", sugere o diretor da
Bamberg, Roberto Koverovas, 46.
Para Carla Ponzio, da Bolsa
de Imóveis, há opções mais interessantes para quem quer investir
em imóveis, como os fundos imobiliários e escritórios "triple A".
Em estudo recente da consultoria, divulgado com exclusividade
pela Folha, verificou-se uma valorização média de 15% para lotes
analisados durante três anos.
"Mas não se pode esquecer que o
comprador possui despesas como
o IPTU. Só o condomínio mensal
pode ter um valor de até R$ 800."
Beraldo, da Sul América, recomenda aplicações em fundos DI
para investidores que não querem
correr riscos. "Eles são seguros e
rendem mais do que imóveis."
Mesmo com as ressalvas, para
quem estiver disposto a investir
nos lotes, a dica é comprar os próximos a grandes cidades. "A liquidez, nesse caso, é bem maior", garante Tomás Salles, da Lopes.
"Também é importante possuir
um diferencial, como estar localizado em região preservada e
tranquila", completa Wolmer Alves de Brito Jr., 39, diretor da incorporadora Ilha do Mel, que deve lançar, em junho, um loteamento cujo retorno estimado do
valor investido é de três anos.
O empresário Reinaldo Imparato, 54, afirma ter pensado em tudo
isso quando comprou, há quatro
meses, um lote em Alphaville.
"Paguei R$ 170 mil pelo terreno e
investirei R$ 250 mil na construção. Porém, se for revender, não
sairá por menos de R$ 700 mil."
(CA E EFo)
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