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PLANO DIRETOR EM DEBATE
Degradação urbana e violência prejudicam a Sé; Liberdade busca aflorar vocação turística
No centro, revitalizar é questão de ordem
DA REDAÇÃO
Para qualificar os distritos da
região central, entre os quais estão
a Sé e a Liberdade, o que não falta
são pontos a seu favor: infra-estrutura completa de água, luz, telefone, gás e fibra ótica; ampla
oferta de transporte público; e
presença dos principais centros
comerciais do país, entre outros.
No entanto, mesmo com numerosos aspectos positivos, a região
luta hoje contra a decadência.
Considerados prioritários pelo
Plano Diretor, esses distritos
apostam agora todas as fichas no
adensamento por meio da habitação, sobretudo a de baixa renda.
"Isso trará benefícios como a diminuição da violência e da degradação", diz Helena Menna Barreto, coordenadora do programa
Morar no Centro da Sehab (Secretaria Municipal da Habitação).
Segundo a urbanista, uma parceria entre a prefeitura e a CEF
(Caixa Econômica Federal) já
concede crédito a taxas menores
para habitação popular. Outra
ferramenta é a implantação de perímetros de reabilitação integrada
(PRIs), que são áreas destinadas a
concentrar investimentos.
Na mesma proporção das facilidades, a região central possui obstáculos, como a manutenção.
"O centro já tem de tudo, com
exceção de vagas de estacionamento", revela o diretor-executivo da Associação Viva o Centro,
Marco Antonio Ramos de Almeida. Segundo ele, as maiores dificuldades são a degradação urbanística, como poluição visual, sujeira nas ruas, camelôs e violência.
O diretor da Asbea (Associação
Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) Carlos Faggin, 54, propõe revitalizar o centro usando o
que ele já tem de melhor: "Deveria
haver atrativos para que os frequentadores do mercado municipal explorassem o entorno".
"Chinatown" paulistana
O distrito da Liberdade, vizinho
ao da Sé, enfrenta problemas parecidos. Além da degradação urbanística e da violência -à noite,
os bairros ficam desertos-, possui um potencial de desenvolvimento ainda pouco explorado.
"É preciso incentivar o turismo
regional, fortemente presente na
Liberdade, como ao criar um roteiro de restaurantes orientais",
sugere Regina Monteiro, do Movimento Defenda São Paulo.
O suplente de vereador na Câmara Municipal Aurélio Nomura
(PSDB) propõe a transformação
do bairro numa "chinatown"
paulistana. "A idéia é construir
um grande bulevar que integre a
avenida da Liberdade e as ruas
Galvão Bueno, da Glória e Conselheiro Furtado", diz.
Segundo ele, o bulevar poderia
alavancar definitivamente a vocação turística da região. "O início
da revitalização do distrito passa
também pela mudança do terminal cerealista e pela redução da
alíquota de alguns impostos, como o ISS [Imposto Sobre Serviços], a fim de incentivar empresas
do distrito", defende.
Colaborou Nathalia Barboza, da Reportagem Local.
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