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PLANO DIRETOR EM DEBATE
Carretas são o alvo dos moradores, que ainda reclamam de lojas irregulares e de prostitutas
Butantã "sacode" no ritmo dos caminhões
DA REDAÇÃO E
DA REPORTAGEM LOCAL
Zoneamento, segurança, trânsito e prostituição. De todos os
problemas encontrados por moradores do distrito do Butantã, na
zona oeste de São Paulo, essas devem ser as prioridades a serem
debatidas em seu plano regional.
Entre os primeiros alvos das associações de moradores do distrito está o tráfego intenso de caminhões que cruzam as principais
vias residenciais da região.
"Tudo o que é transportado do
Chile ao nordeste brasileiro passa
por nossas ruas", ressalta Marion
Lautenberg, 54, presidente da
Sociedade Moradores do Butantã
e Cidade Universitária.
De acordo com o subprefeito do
Butantã, Carlos Alberto da Silva
Vieira, 56, o problema é causado
pelo fato de a região possuir um
sistema viário radial, baseado nas
avenidas Eng. Heitor Eiras Garcia,
Vital Brasil, Corifeu de Azevedo
Marques, Francisco Morato e Eliseu de Almeida. "Outra solução,
além do Rodoanel, seria criar vias
que cortem essas avenidas."
Os corredores de serviços e o
uso irregular do solo nos bairros
são outra preocupação de moradores. "Algumas pessoas querem
mudar o zoneamento para valorizar os terrenos, mas a maioria
pretende continuar morando. Por
isso vamos lutar contra a regularização de comércios que hoje estão
proibidos", diz Lautenberg.
O estudo da consultoria Amaral
d'Ávila aponta que existe ainda
grande quantidade de terrenos
disponíveis para empreendimentos imobiliários na região.
Segundo o vice-presidente da
entidade de moradores do Butantã Carlos Erik Wang, 54, um dos
pontos de conflito de interesses
imobiliários está na avenida Vital
Brasil. "Os terrenos estão nas
mãos de uns poucos que querem
vender para a construção de edifícios. Mas estes venderão e irão
embora", reclama.
Lautenberg julga que a rua Alvarenga seria o maior problema.
"Lá o uso e a ocupação do solo estão em desacordo com a lei, exibindo comércio irregular. Como
consequência, as ruas viraram pátios de estacionamento", explica.
Para Wang, as associações que
estiveram sob o guarda-chuva do
movimento Defenda São Paulo,
terão de voltar à ativa se quiserem
garantir a qualidade de vida. "É
nossa única alternativa de luta."
Prostituição
A presença de prostitutas e travestis em algumas avenidas do
bairro também preocupa. "O problema não é a prostituição, mas
sim o que decorre dela, como a
violência e o tráfico de drogas. Já
houve até caso de tiros na porta de
um morador", afirma José Airton
dos Anjos, 44, diretor do Centro
Comunitário do Conjunto Residencial do Butantã.
Após ter o veículo furtado três
vezes em um ano nas ruas do
bairro, dos Anjos quer incluir nas
discussões alternativas para melhorar a segurança do Butantã.
"O primeiro passo seria modernizar os equipamentos utilizados
pelos policiais", sugere.
(CÁSSIO AOQUI E NATHALIA BARBOZA)
Associações de moradores:
Associação Viva o Centro, 0/xx/11/3106-8205; Conjunto Residencial do Butantã,
0/xx/11/3721-9781; Defenda São Paulo,
0/xx/11/5561-2920; Sociedade dos Moradores do Butantã, 0/xx/11/3814-2802.
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