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São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 2003

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CONDOMÍNIO

Se for ampliado, plano contra incêndio cobre até queda de avião

Seguro reforçado combate "pragas urbanas" nos prédios

Fernando Moraes/Folha Imagem
O condomínio do subsíndico Rui Bufarah, 51, possui um seguro que cobre colisões na garagem


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Incêndio. Raio. Roubo. Acidentes. Quebra de vidros. Vendaval. Colisão de veículos. Mais do que pular sete ondinhas no Réveillon, condôminos e síndicos precisam adotar medidas práticas para se prevenir contra esses inimigos, que podem acabar com o clima de Ano Novo de muitos prédios.
Uma delas é o seguro-condo- mínio. Obrigatório contra incêndio, ele pode também ser contratado com várias cláusulas adicionais, que, vale a pena ressaltar, chegam a dobrar o valor pago pelo título.
"Mas poucos síndicos optam pelas coberturas extras", afirma Hubert Gebara, 66, diretor da administradora Hubert. Pelo contrário: há até casos em que, para economizar, subavaliam o montante necessário para a reconstrução do prédio, base do contrato.
É a chamada "economia burra". "O aporte de capital, em caso de sinistro, é proporcional à a- valiação", explica Sergio Lembi, 46, vice-presidente de locação do Secovi-SP. Ou seja: a cobertu- ra de danos torna-se parcial.
Ele pondera que muitas vezes compensa estender a abrangência do seguro. "Afinal, aquilo que prevê o plano básico [incêndio] é o mais difícil de acontecer", justifica. "Em edifícios espelhados, por exemplo, vale a pena se prevenir contra quebra de vidros."

Todos os lados
E os perigos, na verdade, vêm de todos os lados. Um vaso de um parapeito pode cair na cabeça de uma pessoa na calçada -hora de recorrer à apólice de responsabilidade civil do condomínio. Um porteiro distraído fecha o portão da garagem na capota de um veículo: uma missão para o documento contra acidentes relacionados a portões automáticos.
Lembi, do Secovi, lembra que colisões de carros em garagem costumam causar conflito. "Cobertura contra batidas em geral só está incluída no plano de seguro quando há manobrista", alerta.
É o caso de um prédio no Brooklin (zona oeste da cidade). "Temos uma apólice de responsabilidade civil dos funcionários registrados como garagistas", conta o subsíndico Rui Bufarah, 51.
"O seguro paga até o valor correspondente a quatro veículos de alto padrão zero-quilômetro", calcula. Ele foi utilizado no começo deste ano, devido a uma "ralada" em um pára-lama, mas não cobriu, em outra ocasião, o roubo de oito toca-CDs dos carros.

Móveis e utensílios
Um ponto que passa a ser mais frequentemente abordado pelas seguradoras é o do chamado conteúdo, ou seja, a possível inclusão de móveis, equipamentos e utensílios dos apartamentos no plano.
Marítima e Porto Seguro disponibilizaram seguros que prevêem reembolso para itens dos condôminos avariados em incêndio.
Os moradores do edifício Guaraú, no Itaim Bibi (zona oeste), perceberam que, contra as pragas condominiais, antes mesmo prevenir que remediar. Há alguns meses, um incêndio, causado por um curto-circuito, atingiu os apartamentos do quarto ao décimo andar. Na unidade em que houve a pane elétrica, sobraram de pé só cozinha e área de serviço.
O seguro contratado tinha uma verba de R$ 50 mil prevista para conteúdo, a ser repartida entre os apartamentos atingidos. Ao mais danificado couberam R$ 8.000, que não deram nem para o começo: o prejuízo da unidade foi estimado em mais de R$ 100 mil.
O roubo em condomínio tem se tornado tão comum que muitos prédios optam por terceirizar a equipe de segurança. O serviço custa cerca de R$ 6.000 por mês e envolve, além de vigias, uma consultoria para um projeto de segurança.
"Em geral, as pessoas nos condomínios fazem tudo ao contrário do que precisa ser feito", afirma Chen Gilad, 26, diretor da Haganá Segurança. (EV)


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