São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004 |
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O TRABALHO MORA AO LADO Imóvel ao redor das avenidas Berrini e Faria Lima valoriza-se 4% ao ano Casa perto do escritório custa mais
EDSON VALENTE FREE-LANCE PARA A FOLHA Diante do volante e de congestionamentos cada vez mais extensos, muitos paulistanos sonham encurtar a distância entre a casa e o escritório. Isso é sinônimo de qualidade de vida, como atestam 89% de 500 pessoas ouvidas pela consultoria Toledo & Associados em dezembro de 2003. Mas morar perto do trabalho tem seu preço. Na região das avenidas Brigadeiro Faria Lima e Engenheiro Luiz Carlos Berrini, dois grandes pólos comerciais, o metro quadrado dos terrenos valoriza-se em até 4% ao ano. Na Vila Nova Conceição, que é alternativa para quem trabalha na Vila Olímpia, no Itaim ou na Faria Lima, o preço médio do metro quadrado de um três-dormitórios é R$ 5.300, maior que o médio da cidade, calculado em R$ 3.092. Existem opções menos caras. "No Itaim, há imóveis antigos", indica Sandra Ralston, presidente da Jones Lang LaSalle. "No Brooklin e na Vila Olímpia também, mas requerem reformas." "Quem trabalha na Faria Lima encontra boas ofertas em Pinheiros. Na Berrini, as mais baratas estão em Santo Amaro, no Campo Limpo e na Vila Santa Catarina", enumera João Freire d'Avila Neto, sócio da consultoria Amaral d'Avila Engenharia de Avaliações. A maioria dos novos apartamentos tem de dois a quatro dormitórios, para abrigar famílias e executivos de classes média e média-alta. Sem trânsito A apresentadora Ana Maria Braga trabalha "a cinco minutos de casa". Mora na Vila Andrade e trabalha na região da Berrini, mas, nos horários de pico, esse trajeto leva até 50 minutos. "Morar perto do trabalho muda até o humor", conta. Para fugir do trânsito que lhe dá "pânico", a administradora Alexandra Delfino de Sousa, 32, alugou, por R$ 1.063 mensais, um apartamento ao lado do trabalho, no Itaim. Gasta cinco minutos a pé para chegar ao escritório. Desvantagem, cita apenas uma: "Às vezes, estendo-me no trabalho ou vou até lá no final de semana só porque estou do lado". Esse é o inconveniente de morar a um pulo da empresa. "É preocupante querer estar à disposição 24 horas por dia", diz a psicóloga Tatiana Wernikoff, 61, sócia-diretora do IPO (Instituto de Psicologia Organizacional). "A proximidade deve servir para ter mais tempo para outros aspectos da vida." Próximo Texto: Pole position: Desenhistas das Ferrari projetarão prédios em SP Índice |
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