|
Texto Anterior | Índice
O TRABALHO MORA AO LADO
Apartamentos de dois e três quartos são maioria, mas alto padrão prevalece em algumas regiões
Classes mais altas ocupam corredores de comerciais
FREE-LANCE PARA A FOLHA
As classes média e alta predominam no entorno de corredores
de escritórios. Em bairros como
Vila Madalena, Pinheiros e Vila
Olímpia, são mais freqüentes
os apartamentos de dois e de três
dormitórios, segundo João d'Avila, sócio da Amaral d'Avila.
Os perfis de moradores, contudo, são variados. "A Vila Madalena tem caráter mais jovial e "descolado", em função da concentração de bares", caracteriza d'Avila.
"Já Moema e Itaim Bibi congregam mais famílias, e os empreendimentos, de três e de quatro
quartos, têm padrão mais alto."
O advogado Carlos Eduardo
Valdejão, 35, confirma o perfil
de "três-dormitórios familiar"
do Itaim. Ele se mudou para
lá com a mulher há quatro anos
e optou por um apartamento
de 120 m2 e três quartos, pois planejavam ter um filho -hoje com
dois anos e meio de idade.
O advogado tinha um escritório
na alameda Gabriel Monteiro da
Silva, nos Jardins, mas diz que
passou a se irritar com o "trânsito
violento" que enfrentava para
percorrer uma distância pequena
entre a residência e o trabalho.
"No horário de pico, levava
40 minutos para andar três quilômetros", estima. Assim, comprou
um outro escritório "na mesma
rua de casa". "Chego em cinco
minutos", conta. "E me relaciono
mais com as pessoas da região,
por andar a pé e não ter a "escravidão" do carro." Mas reconhece
que os imóveis ali são mais caros.
"É um bairro valorizado", afirma.
Áreas onde se multiplicam prédios de escritórios também abrigam lançamentos para moradia.
"E favorecem o crescimento do
comércio e da infra-estrutura",
complementa Paul Weeks, 44,
diretor da consultoria Cushman
& Wakefield Semco.
Novos mercados
As regiões de alta concentração
de escritórios que hoje mais crescem na cidade são a av. Engenheiro Luiz Carlos Berrini, a Vila
Olímpia e a Nova Faria Lima.
"Na Berrini, há condomínios residenciais que tiveram boa liquidez em função da demanda de
quem queria estar próximo do
trabalho", exemplifica Miguel
Giacummo, 41, gerente comercial
da Binswanger Brasil, que estuda
o mercado de escritórios.
Outro bairro que ganha opções
mais sofisticadas é o Campo Belo,
onde começam a prevalecer os
quatro-dormitórios.
Executivos de boa renda buscam ali ruas largas e arborizadas.
Na mesma região, o Brooklin
é mais acessível. Apartamentos
menos nobres, de dois dormitórios, às margens da Berrini, são os
mais baratos.
E há mais mercados de residenciais desenvolvendo-se nos pólos
comerciais. "Os projetos para a
Vila Olímpia estão saindo agora",
afirma Giacummo. "Há crescimento de empreendimentos no
eixo [av. Pres.] Juscelino [Kubitschek]-Faria Lima, com apartamentos de alto padrão", aponta
Sandra Ralston, 40, presidente da
Jones Lang LaSalle.
O centro da cidade, outra área
que congrega grande número de
escritórios, tem apartamentos
mais em conta para quem trabalha lá ou na região da av. Paulista.
Opção econômica
Atrás de um aluguel mais barato, a psicóloga Ana Maria de Freitas, 44, trocou a Vila Olímpia pela
avenida São Luís. Alugou, há um
ano e meio, um apartamento de
um dormitório e gasta R$ 850 por
mês com condomínio e aluguel.
"Meu deslocamento até o centro estava problemático", relata
Freitas, que foi assaltada duas vezes em semáforos. "Ficamos no
centro de segunda a sexta. Vamos
para um sítio em Campinas nos
finais de semana."
Hoje, diz, costuma andar muito
a pé. "Encontro todos os serviços
de que preciso, como cabeleireiro
e lavanderia."
(EV)
Texto Anterior: Pole position: Desenhistas das Ferrari projetarão prédios em SP Índice
|