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PLANO DIRETOR EM DEBATE
Túnel de passagem é visto como principal instrumento para driblar o excesso de veículos
Tucuruvi prioriza facilidades de trânsito
DA REPORTAGEM LOCAL
As fronteiras do Tucuruvi se
estenderam, e o trânsito do distrito (inclui os bairros Jardim Barro
Branco, Jardim França, Parada
Inglesa, Vila Gustavo, Vila Mazzei, Vila Nivi e Vila Santa Terezinha) agora é o principal tema
colocado à mesa na discussão
do seu Plano Diretor Regional.
A abertura de um túnel de passagem sob a av. Tucuruvi para ligar as avenidas Dr. Antônio Maria Laet e Luiz Dumont Villares à
rodovia Fernão Dias é uma das
propostas, explica Armando Benetollo, presidente do Conselho
Comunitário Santana-Tucuruvi.
Helvio Moisés, subprefeito responsável pelo distrito, afirma que
a Dr. Antônio Maria Laet, inclusive, precisa de melhorias, como a
construção de muros de arrimo
próximos ao bairro Parque Vitória. "É uma obra de certo custo,
mas tende a ganhar prioridade."
Carlos de Lena, 53, superintendente da distrital Santana da
ACSP (Associação Comercial de
São Paulo), concorda que o problema crônico da região norte
é mesmo o afunilamento do trânsito. Mas, segundo ele, as dificuldades começam bem longe dali,
nas pontes sobre o rio Tietê.
"O trânsito nos corredores comerciais e de serviços da região é
o ponto de choque de toda a zona
norte", define Rodolfo Haddad,
53, da Sociedade dos Moradores
e Amigos do Jardim França.
O subprefeito do distrito revela
também que uma das discussões
diz respeito ao zoneamento no
entorno do eixo das estações de
metrô da região. "O objetivo é
potencializar a outorga onerosa
[permite construir acima do coeficiente básico de aproveitamento
dos terrenos, desde que seja pa-
ga uma taxa à prefeitura"."
Nova Cantareira
O bairro Jardim França, uma
zona estritamente residencial
(Z1), também á alvo de discussões. Está claro que "há conflito
de uso em pontos da avenida Nova Cantareira", reconhece Moisés.
""Queremos que o entorno da Z1
seja uma zona de transição só
com casas e, no máximo, haja um
pequeno comércio em algumas
ruas [hoje, a área é Z9"", defende
Haddad. De acordo com ele, a
avenida Nova Cantareira, que define os limites da Z1, poderia ter
somente serviços. "Mas um cartório atende a vários bairros e atapalha o trânsito local. Deveria
procurar outro lugar."
Para ele, outro problema é a
presença do 20º Distrito Policial,
que possui carceragem para 35
presos. "Hoje, são 150. E, quando
fogem, roubam carros e casas e
trocam tiros com a polícia."
Preferência na compra
E o perfil do Tucuruvi pode
mudar ainda mais caso a Prefei-
tura de São Paulo use o direito
de preempção (preferência
na compra do imóvel) de áreas
privadas no distrito.
Há também outras que figuram
no rol das zonas de interesse social (zeis). No bairro Palmas do
Tremembé, muitos terrenos são
do Ipesp (Instituto de Previdência
do Estado de São Paulo). Parte deles deve ser assinalado como zeis,
sobretudo os que são áreas de
ocupação irregular e de entulho.
Em relação ao comércio, o subprefeito admite que a avenida
Tucuruvi tem o trânsito complicado e que as lojas perdem clientes por essa dificuldade, assim como ocorre na av. Mazzei.
"O problema é o shopping
[Center Norte"", aponta De Lena,
da ACSP, em defesa do comércio
local. Segundo ele, seria preciso
estimular os pólos comerciais de
bairro -""que hoje são apenas
corredores desprestigiados"-
para aproveitar a população local.
"Estamos discutindo como revitalizar o comércio de rua", diz o
subprefeito. Nos arredores do hipermercado Big [na Nova Cantareira", por exemplo, o problema é
viário, mas também urbanístico.
"Os passeios são muito estreitos."
Carlos de Lena aponta também
a falta de equipamentos de saúde
no distrito. "O Hospital do Mandaqui atende uma região muito
grande", explica. Ele pede, ainda,
a solução para os cerca de 400 mil
habitantes de uma favela que devasta uma área invadida entre o
Jaçanã e o Tucuruvi.
E cita o boom imobiliário, que
promove a verticalização dos
bairros. "Foi o que saturou o trânsito nas entradas da zona norte",
reclama.
(NATHALIA BARBOZA)
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