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PLANO DIRETOR EM DEBATE
Moradores discutem como preservar a qualidade de vida no distrito e na vizinhança
Alto de Pinheiros debate as zonas Z1
DA REPORTAGEM LOCAL
A preocupação geral dos moradores do arborizado Alto de Pinheiros é com o impacto provocado por investidas não só nas
áreas Z1 (estritamente residenciais), mas ainda na vizinhança.
É o caso do aproveitamento da
área da Ceagesp (companhia de
armazéns de São Paulo), sob responsabilidade da Subprefeitura
da Lapa. Ações no local devem
impactar no distrito vizinho. A
sugestão da Saap (Sociedade
Amigos de Alto dos Pinheiros),
então, é prever um parque linear
no local que garanta áreas verdes.
Nos limites do distrito, onde estão bairros como Boaçava, Jardim
Atibaia, Jardim dos Jacarandás e
Vila Beatriz, a preocupação é
mesmo com a preservação das Z1.
Delson Correia Lopes, 64, presidente da Saap, afirma que trata-se
de um ponto indiscutível. Para a
entidade, nenhum instrumento
previsto no Plano Diretor Estratégico poderá fazer com que o coeficiente de aproveitamento básico
nessas áreas seja ultrapassado.
O advogado Valter Gonçalves
Pena, da Ambap (Associação de
Moradores dos Bairros de Alto de
Pinheiros), quer debater a verticalização e o adensamento dos bairros do distrito.
"Sete prédios altos e caros estão
em construção por lá", diz. Para
ele, o adensamento traz problemas de infra-estrutura. A proposta, explica, é garantir uma zona de
interface entre a Z1 e o resto da cidade. "Temos de parar os novos
projetos e evitar que os bairros virem uma espécie de Moema."
Bolsões
Já a discussão sobre os bolsões
(áreas onde fica impedido o trânsito de passagem) promete mais
polêmica. "Fechando as ruas do
bairro, o trânsito vai todo para as
áreas limítrofes", aponta Pena.
Já a Saap quer proibir o estacionamento nas ruas, mas admite
discutir mudanças de uso dos terrenos que margeiam os eixos das
avenidas Pedroso de Morais, Professor Fonseca Rodrigues e São
Gualter, desde que mantidos os
atuais padrões. "Sem isso, as intervenções engolirão o bairro",
diz o urbanista Paulo Bastos, 66.
A pressão para que a avenida
Pedroso de Morais torne-se comercial preocupa Henrique Cambiaghi, presidente da Asbea (Associação Brasileira dos Escritórios
de Arquitetura). "O uso misto é
melhor, pois o comercial requer
estacionamento", explica.
Praça Panamericana
Pena aponta outro problema:
"A praça Panamericana e suas
travessas já sentem um tráfego
mais pesado". Por isso a Saap pede que "sua destinação como área
de centralidade [prevista no Plano Diretor] não amplie as áreas
comerciais já permitidas".
E mais: a entidade reclama uma
ponte sobre a marginal Pinheiros,
na av. Escola Politécnica, o que,
segundo ela, facilitaria a ligação
até a rodovia Raposo Tavares.
"Vamos resolver os conflitos até
onde der, pois somos nós que iremos subsidiar a prefeitura com
idéias e argumentos para o Plano
Regional, embora a decisão final
caiba exclusivamente à prefeita",
afirma Beatriz Pardi, 60, subprefeita de Pinheiros, responsável pelo distrito de Alto de Pinheiros.
(NATHALIA BARBOZA)
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