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PLANO DIRETOR EM DEBATE
Parte alta verifica pujança e baixa, abandono
Tatuapé é cortado em dois
DA REPORTAGEM LOCAL
Um só distrito, duas realidades
completamente opostas. É assim
que sempre viveu o Tatuapé. Desde sua fundação, no século 19,
o desenvolvimento do distrito era
concentrado no lado de baixo,
próximo à marginal Tietê, patrocinado pelos trilhos do trem. As
cartas, no entanto, mudaram de
mãos em 1960, quando a linha de
metrô e a Radial Leste rasgaram
de vez as duas partes ao meio.
Esse foi o impulso que faltava
para que as antigas chácaras dessem lugar a prédios de padrão cada vez mais alto, explica o historiador do bairro Pedro Abarca, 71.
"O barulho dos frequentadores
da praça Silvio Romero é o maior
reflexo desse crescimento", diz
Waldir Fratucci, 64, presidente da
Sociedade Amigos do Tatuapé.
E pode ficar ainda maior o fosso
entre as partes do distrito. É que
um projeto da Câmara dos Dirigentes Lojistas Alto Tatuapé-Silvio Romero prevê transformar a
praça em um bulevar, com quiosques que funcionariam 24 horas
por dia, afirma o presidente César
Caetano, 45.
Outro projeto, da distrital Tatuapé da Associação Comercial, é
ainda mais ousado. O superintendente Ricardo Thomaz, 37, conta
que encomendou à Aleasp (associação de engenheiros e arquitetos) um projeto de reorganização
das fachadas das lojas de rua do
quadrilátero Radial Leste, ruas
Antonio de Barros e Emilia Marengo e av. Salim Farah Maluf, no
qual cada empresário teria um financiamento para reformar conforme padrões estabelecidos.
"No fim, criaríamos a mesma
infra-estrutura dos shoppings",
explica o urbanista Antonio Costa
Filho, 39, presidente da Aleasp.
Celso Garcia
Para Caetano, a prefeitura precisa ainda resolver o nó viário do
encontro da av. Salim Farah Maluf com a rua Padre Adelino. A
subprefeita da Mooca, Harmi Takiya, responsável pelo Tatuapé,
diz que o plano está em estudo. "É
uma obra dispendiosa."
Os esforços para revitalizar a
parte baixa do distrito concentram-se na Operação Urbana Celso Garcia. "Queremos detalhar o
projeto já em 2003", diz Takiya.
Para Abarca, no entanto, a
aposta na região poderia vir da
construção de um shopping center, "que seria um fator aglutinador, pois os moradores não têm
nem um supermercado nem um
lugar para eventos".
(NB)
Associações:
Aleasp, 0/xx/11/6941-6615; Ambap, e-mail g.manzo@terra.com.br; Assoc. Comercial Tatuapé, 0/xx/11/6941-6397;
Conselho Comunitário, 0/xx/11/6198-2683; Soc. Amigos do Tatuapé, 0/xx/
11/296-7940; Lojistas Tatuapé, 0/xx/
11/295-4885; Saap, 0/xx/11/3022-7286.
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