São Paulo, domingo, 28 de julho de 2002 |
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ARQUITETURA Embora seja sinônimo de imponência e luxo, neoclássico divide opiniões entre arquitetos e construtores Questão de estilo
ELENITA FOGAÇA FREE-LANCE PARA A FOLHA O neoclássico, que nas últimas três décadas reinou sozinho em empreendimentos de alto padrão, ganhou novas versões e hoje está presente nos imóveis de classe média e até nos "populares". "Ninguém mais está respeitando o rigor das proporções exigidas pelo neoclássico", diz o construtor Adolpho Lindenberg, 78, o primeiro a erguer espigões na cidade neste estilo, nos anos 60. "As reais dimensões exigem pé-direito alto, com três metros livres, janelas e balcões amplos", explica o engenheiro, que buscou inspiração na Argentina e na Europa, berço do neoclassicismo. Embora seja sinônimo de imponência e luxo, esse estilo arquitetônico divide opiniões entre arquitetos, construtores e de- coradores ouvidos pela Folha. Henrique Cambiaghi, presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura, diz que o neoclássico está com os dias contados: "Há muita oferta. Agora o desafio é sair do lugar-comum". Para ele, os estilos moderno (cerâmica, metal e vidro) e temático (uso de tonalidades pastéis) vão substituir o neoclássico nos imóveis de mais de R$ 200 mil. Custo-benefício Na relação custo-benefício para o consumidor, Cambiaghi exemplifica que o preço gasto com cerâmica numa fachada, com o passar dos anos, é compensador. "Manutenção e durabilidade são mais vantajosas. Sai mais em conta cuidar de vidros e metal do que pintar novamente o prédio." Maurício Bianchi, coordenador do Sinduscon-SP (sindicato da construção civil), explica que o maior custo desse estilo não é o material, mas a mão-de-obra. "Hoje, o mercado oferece soluções mais econômicas, como os painéis prontos, que deverão substituir o neoclássico, que, na verdade, é oneroso", adianta. A fachada representa de 10% a 12% do preço final do imóvel, calcula Alberto Du Plessis, vice-presidente do Secovi-SP (sindicato de construtoras e imobiliárias). "Mas é um investimento necessário, pois ela está totalmente ligada ao sucesso comercial do empreendimento. E o consumidor gosta do neoclássico", pondera. Próximo Texto: "Popularizado", neoclássico sai de moda no alto padrão Índice |
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