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CAPITALIZAÇÃO
Chance de ser premiado é de no máximo 0,1%
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A opção pelo título de capitalização, considerada uma "loteria"
por especialistas, é recomendada
ao pretendente a comprador de
imóvel que não tem disciplina para poupar, não consegue crédito
bancário ou não quer ficar à mercê da inadimplência alheia (como
pode acontecer nos consórcios).
Ao que parece, há muita gente
com esse perfil. Dados da Fenaseg
(Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e Capitalização) apontam um crescimento no mercado de títulos de capitalização. Só no mês de março, as
reservas do setor somaram R$ 8,5
bilhões, cifra 7,2% superior à do
mesmo mês do ano passado.
Pelo sistema, o comprador paga
uma mensalidade por um tempo
determinado (no caso de imóveis,
de 48 a 120 meses). Sobre parte do
valor de cada pagamento e do saldo acumulado, é aplicada correção monetária (IGP-M) e juros,
formando o valor de resgate (descontadas as despesas operacionais e de custo dos sorteios).
Há um período de carência (em
geral, de 12 meses) para que seja
possível resgatar o dinheiro. Se o
resgate for feito antes, o cliente
perde a chance de ser sorteado.
Além disso, freqüentemente o valor resgatado é inferior ao total
pago por causa dos descontos.
Sorteio disputado
A compra do título dá direito a
sorteios pela Loteria Federal. As
duas empresas atuando na área
imobiliária hoje são a Sul América
e a Valor Capitalização.
No caso da primeira, há oito
oportunidades de sorteio no primeiro mês de participação, 16 no
segundo, 24 no terceiro e 32 a partir do quarto mês. Isso significa
0,03% de chance (32 em 100 mil)
de ser sorteado. A Valor oferece
uma chance de sorteio por mês. A
pessoa, porém, concorre com outras mil (a probabilidade de contemplação é de 0,1%).
Uma vez contemplado, o cliente
da Sul América tem a opção de
parar de pagar ou receber o valor
do título e continuar pagando e
concorrendo a novos sorteios.
No caso da Valor, ele pára de
pagar e recebe a última mensalidade de volta, junto com o prêmio. Para voltar a concorrer, só
comprando um novo título. Se o
comprador não for um dos "sortudos", ao final do plano ele resgata o total pago, atualizado pela
TR, e mais um bônus que varia de
2% a 10% do total, dependendo
do tipo de plano. Nada garante,
porém, que, após 120 meses, por
exemplo, o imóvel desejado não
tenha encarecido mais.
A Caixa Econômica Federal
chegou a entrar nesse mercado
com o título Casa Cap, mas cancelou o produto no final de 2003,
alegando preferir investir em outras linhas de financiamento.
Para Rita Batista, presidente da
Comissão de Capitalização da Fenaseg (Federação Nacional das
Empresas de Seguros Privados e
Capitalização), a capitalização é
uma alternativa de poupança regrada com chance de sorteio.
"Destina-se a uma fatia do mercado sem acesso aos financiamentos", pondera. O sistema é fiscalizado pela Susep (Superintendência de Seguros Privados). Informações: www.fenaseg.org.br.
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