São Paulo, domingo, 24 de novembro de 2002 |
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ET + CETERA Fim da história e genética do consumo
Em entrevista à revista australiana "Policy", Francis Fukuyama diz que as ciências sociais e os estudos culturais
não têm dado ouvidos à "revolução genética" e seu resgate do velho conceito de natureza humana. Teórico do
"fim da história", Fukuyama cita entre os desejos naturais passar da escassez ao consumo -não necessariamente nos moldes consumistas do Ocidente- e o forte
interesse dos afegãos, após a queda do Taleban, por tipos de entretenimento como as telenovelas indianas.
Um dos principais inimigos da "anglicização galopante" da Alemanha, o pesquisador Walter Krämer afirma
que o "denglish", mescla de termos ingleses e alemães,
faz mal ao patrimônio do país -não só o cultural, mas
também o financeiro. Não seria casual a crise de empresas alemãs como Digital Advertising e Tomorrow Internet. Ele diz ao "Frankfurter Allgemeine" que uma das
explicações para isso é a dificuldade de um funcionário
usar de modo preciso e criativo uma língua estrangeira.
Em recente edição, o diário italiano "Corriere della Sera" traz uma carta inédita, de 20/7/44, de Benedetto
Croce (1866-1952), um dos grandes pensadores italianos do século 20. Dirigindo-se ao amigo Carlo Sforza,
Croce defende que todo cidadão se filie a um partido,
mas sem abrir mão da "superioridade", isto é, sem renunciar "ao pensamento e à coerência moral", mesmo
que isso exija a saída da legenda, pois "um partido não é
uma seita". Ele era então líder do Partido Liberal. |
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