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Clóvis Rossi
O gol foi dos mais banais. Uma falta, na altura da intermediária, um chute forte, e o gol. Por que, então, elegê-lo como marcante?
Simples: foi a coroação de uma história de amor, ainda que unilateral. Uma história de amor com a cidade
de Barcelona, o F.C. Barcelona e a gente de Barcelona,
ainda que nenhum dos três tenha, até agora, tomado
conhecimento dessa paixão.
Não, não foi amor à primeira vista. Primeiro, foi a paixão pela torcida, depois pela cidade, e só na última fase
pelo time.
O gol foi marcado pelo zagueiro holandês Ronald
Koeman contra a Sampdoria italiana, na final da Copa
dos Campeões de clubes europeus, em 1992, a primeira
(e até agora única) vencida pelo Barça. Um título justo
para um clube, uma cidade e sua gente que, em meio à
pasteurização do planeta, à massificação e à era do individualismo, conseguem manter a escala humana e um pulsar coletivo admiráveis.
Clóvis Rossi é colunista e integrante do Conselho Editorial da Folha.
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