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Mercado MPME

Bolsa é opção pouco usada por pequenas companhias

Mercado incerto deixa empresário receoso sobre interesse de investidor

Pelo menos 15 mil pequenas e médias empresas poderiam captar até R$ 150 milhões, diz Bovespa

THIAGO SANTOS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Criado há sete anos para pequenas e médias empresas captarem dinheiro no mercado de capitais, o Bovespa Mais nunca decolou. Até hoje, somente três PMEs -Nutriplan, Desenvix e Senior Solutions- foram listadas.

As razões vão desde a crise externa, o custo elevado e a falta de incentivos fiscais às regras quase tão rígidas quanto às do Novo Mercado, segmento nobre da Bolsa.

No Brasil, há pelo menos 15 mil PMEs que poderiam acessar o mercado de capitais, segundo a Bovespa.

Elas poderiam levantar de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões na Bolsa. Mas o mercado brasileiro considera R$ 500 milhões o "tíquete mínimo" para cobrir as despesas com advogados, consultores, auditores, além de intermediários, que acabam ficando com 5% do dinheiro captado.

No Reino Unido, na Austrália e na China, há captações a partir de US$ 1 milhão.

PESSOAS FÍSICAS

Segundo Cristiana Pereira, diretora da BM&F Bovespa, Bolsas mais abertas a PMEs têm em comum os investimentos de pessoas físicas.

No Brasil, a Bolsa é movida pelo investidor estrangeiro, que compra cerca de 70% das ações e quase nunca participa de aberturas de capital de pequenas empresas.

O crescimento moderado das economias é um dos motivos que afastam esses investidores, segundo Bruce Mescher, sócio-líder da consultoria Deloitte. "Eles ficam mais resistentes ao risco, o que desencoraja as PMEs a entrar na Bolsa. Provavelmente, não teremos mais listagens no Bovespa Mais neste ano."

A Senior Solution aderiu ao segmento em maio deste ano. Em 2008, a empresa iniciou sua entrada na Bolsa, mas recuou devido à crise internacional. Especialistas apontam, no entanto, que vivemos uma janela de oportunidade -quando investidores estão mais propensos à aquisição de ações.

"A queda da taxa básica de juros diminui a rentabilidade da renda fixa e torna ações mais atraentes", afirma Paulo Feldman, presidente do Conselho de Pequenas Empresas da Fecomercio-SP (federação do comércio).

Com a abertura de capital, a empresa pode usar as ações como moeda de troca em aquisições, tornar-se mais conhecida pelos investidores e também mais profissionalizada, dizem especialistas.

O processo leva de um a dois anos. "É preciso implantar auditorias e criar novas estruturas, como um setor de relacionamento com o investidor", diz Ivan Clark, sócio-líder da consultoria PwC.

A Nutriplant foi a primeira empresa a apostar no Bovespa Mais, em fevereiro de 2008. "Parávamos de crescer ou buscávamos novos sócios", afirma Ricardo Pansa, presidente da companhia.

Em sua primeira emissão de ações, a companhia captou R$ 20,7 milhões. Os recursos foram investidos na aquisição de outras empresas.

Ainda sem ter feito sua primeira emissão, a Senior Solutions superou a frustração da primeira tentativa de entrar no programa.

O impacto nos custos da empresa foi modesto. "O projeto custou R$ 300 mil e a manutenção na Bolsa deverá consumir R$ 200 mil ao ano. É um investimento inferior ao de marketing", diz o presidente, Bernardo Gomes.


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