São Paulo, terça-feira, 04 de outubro de 2011 |
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Commodities Etanol de 2ª geração já é quase realidade Combustível produzido a partir de celulose encontrada no bagaço e na palha da cana pode estar disponível em 2012 Embrapa estima que há potencial para produzir entre 30% e 40% mais etanol do bagaço da cana sem expandir área TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO Até há pouco tempo visto como produto do futuro, o etanol de segunda geração está mais perto de se tornar realidade. Uma das tecnologias estudadas pode estar disponível já a partir de 2012. O etanol de segunda geração é o combustível produzido a partir de celulose, que pode ser encontrada no bagaço e na palha da cana, entre outros resíduos agrícolas. Apesar de os subprodutos do processamento da cana hoje serem usados para cogeração de energia elétrica, essa não é a forma mais eficiente de aproveitar a energia contida nesses resíduos. A cana é a matéria-prima mais eficiente para produzir etanol. Ainda assim, apenas um terço de seu potencial energético é aproveitado. Com o uso dos subprodutos, seria possível dobrar a produção do combustível em uma mesma área agrícola, segundo Alfred Szwarc, consultor da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar). José Manuel Cabral, da Embrapa Agroenergia, tem previsão mais conservadora. Diz que há potencial para produzir entre 30% e 40% mais etanol a partir do bagaço da cana, sem expansão de área. Não há consenso em torno dos números, mas otimistas e conservadores concordam que o potencial é grande. Por isso, há anos teve início uma corrida mundial no campo das pesquisas para a obtenção de uma fórmula eficiente e viável economicamente para a produção do etanol de segunda geração. ENZIMAS No Brasil, o foco das pesquisas é a cana-de-açúcar. E um dos processos estudados, o de hidrólis e enzimática, já se aproxima da viabilidade econômica. Em linhas gerais, o processo consiste em desestruturar o tecido vegetal e adicionar enzimas que transformam a celulose em açúcares usados para produzir o etanol. A Novozymes, empresa dinamarquesa que investe no desenvolvimento dessas enzimas há 11 anos, promete apresentar ao mercado em 2012 uma nova enzima a custos viáveis. A companhia trabalha em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Petrobras e com a fabricante de equipamentos Dedini para colocar disponível todo o processo de produção -a usina que optar pela nova tecnologia precisará de adaptações. Os dinamarqueses não são os únicos em busca de uma enzima economicamente viável. Pesquisadores da Embrapa, da Coppe/UFRJ e de outras universidades apoiadas pela Fapesp também se dedicam a pesquisas sobre o processo de hidrólise. Já o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) testa produzir gás a partir da queima da biomassa, submetida a alta temperatura e baixo teor de oxigênio. O gás produzido a partir da combustão pode ser usado diretamente em turbinas ou transformado em combustíveis, como o etanol, após passar por um novo processo químico. Texto Anterior: Vinicius Torres Freire Próximo Texto: Especialista diz que técnica não resolve problema Índice | Comunicar Erros |
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