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Empresa deixa empregado escolher laptop
Ideia é estimular produtividade; subsídio crescente para funcionário comprar aparelho preferido favorece Apple
Flexibilidade também impulsiona serviços
on-line antes dirigidos às pessoas físicas,
como Gmail e Skype
VERNE G. KOPYTOFF
DO "NEW YORK TIMES"
Ao longo da era da informação, os departamentos empresariais de informática sempre controlaram a tecnologia nos escritórios, determinando o equipamento e o software dos funcionários.
Mas agora, com frequência cada vez maior, os trabalhadores levam à empresa a tecnologia que utilizam em casa e exigem que os departamentos de informática se acomodem às suas preferências.
Algumas se renderam. Na Kraft, por exemplo, a influência do departamento se limita à verba: subsidiados, funcionários compram o laptop que desejam. Esse tipo de abordagem e o encorajamento a trazer celular e iPads de casa têm se popularizado.
Ao se tornarem mais flexíveis, as empresas esperam que os trabalhadores se sintam mais confortáveis no uso do equipamento e, com isso, se tornem mais produtivos.
Essa tendência tem provocado mudanças no equilíbrio de mercado entre fabricantes.
As empresas que atendem bem aos consumidores comuns, como a Apple, têm ganhado vantagem em detrimento das que se concentram em vendas de alto volume para empresas, como Dell, Hewlett-Packard e RIM (Research in Motion, do BlackBerry).
GOOGLE, SKYPE E CIA.
A tendência não se limita a eletrônicos. Serviços on-line dirigidos originalmente a consumidores também ganham espaço. O Google espera que os aficionados por Gmail e Google Docs criem um movimento anti-Office.
A Skype, operadora de telefonia via internet, também está ingressando no mercado empresarial. A Dropbox, criada como forma pessoal de armazenar e compartilhar documentos on-line, começa a ganhar espaço nas empresas.
Os departamentos de informática muitas vezes resistem aos aparelhos pessoais em suas redes por motivo de segurança. Mas, sob pressão de executivos, começam a ceder.
"O fator decisivo foi o iPad, porque executivos começaram a usar no trabalho e disseram ao pessoal de informática que a empresa precisava se adaptar", diz Ted Schadler, da Forrester Research.
Pesquisa da Forrester com mais de 1.700 profissionais de informática aponta que quase metade deles usa no trabalho os celulares que eles mesmos compraram, e 41% disseram que os empregadores pagaram pelos aparelhos.
A decisão da Netflix de permitir que os funcionários trabalhem com o aparelho que quiserem considera a perda de distinção entre tempo pessoal e profissional. "Desde que continuem produtivos, inovadores e envolvidos, para nós está ótimo", diz Steve Swasey, porta-voz do grupo.
Permitir que funcionários usem iPhones e iPads no trabalho ainda pode resultar em economia para a empresa.
Em alguns casos, os funcionários pagam pelo equipamento e obtêm assistência técnica no revendedor -em vez de recorrer à companhia.
Por meio de programa similar ao da Kraft, a produtora de software Citrix economizou 20% com laptops em três anos; 46% dos mil funcionários compraram Macs.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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