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País quer ficar no bloco, afirma presidente eleito
DA ENVIADA A ASSUNÇÃOUsando o mesmo tom conciliador que adotou com os partidos opositores logo após sua vitória, o presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, disse ontem que é hora de esquecer a "guerra da Tríplice Aliança" e olhar para o futuro na relação com os vizinhos do Mercosul.
"Nos restam dois caminhos agora: ou olhamos para trás --e alguns querem recordar a guerra da Tríplice Aliança-- ou buscamos a solução e os benefícios para os habitantes de um país", disse, em referência à Guerra do Paraguai (1864-70), em entrevista coletiva.
Segundo o colorado, é uma "burrice" dizer que seria melhor para o Paraguai ficar fora do Mercosul --bloco do qual está suspenso desde junho do ano passado.
"Se saíssemos do bloco, deixariam o país as indústrias brasileiras, que estão dando exatamente o remédio para a nossa enfermidade: a falta de emprego e de capacitação", afirmou.
Para Cartes, é hora de "trabalhar com o Brasil, e não contra o Brasil".
ACUSAÇÕES
O colorado disse que são "absolutamente falsas" todas as acusações contra ele de lavagem de dinheiro, ligação com o narcotráfico e com o contrabando de cigarros para o Brasil.
"Nunca houve um julgamento por lavagem de dinheiro", disse, assumindo depois que ficou preso 60 dias na década de 80, sob essa acusação.
"Quando alguém tem [que falar] a verdade, há um lugar em que é preciso ir: o Poder Judiciário. E deve fazer [a acusação] de forma responsável. Posso assegurar que não há nenhuma denúncia contra mim", disse. (IF)