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Análise
É incerto o elo entre o Irã e os extremistas da rede Al Qaeda
JASON BURKE DO "GUARDIAN"A alegação de que dois suspeitos de terrorismo no Canadá receberam orientação de "elementos da Al Qaeda" no Irã serve para ressaltar a importância do debate entre os analistas quanto a que relacionamento exatamente o grupo extremista sunita mantém com o Estado islâmico xiita.
As alegações de conexões entre as duas entidades datam de pouco depois dos ataques do 11 de Setembro e da inclusão do Irã no "eixo do mal" por George W. Bush. Não há indícios de contato anterior entre elementos da Al Qaeda e quaisquer porções do opaco e fragmentado aparato de segurança iraniano.
O mais perto disso que se poderia alegar são possíveis reuniões no Sudão entre Osama bin Laden e líderes do grupo libanês Hizbollah, patrocinado pelo Irã, no começo dos anos 90.
Mas, com o colapso do regime do Taleban no Afeganistão, em dezembro de 2001, muitos dos extremistas estrangeiros que estavam no país fugiram para o oeste, rumo ao Irã.
Alguns seguiram de lá para o Iraque, onde organizaram e lideraram ataques contra as forças de ocupação norte-americanas e, mais tarde, contra muçulmanos xiitas.
Outros, no entanto, entre os quais membros da família de Bin Laden e militantes veteranos como o egípcio Saif al Adel, decidiram ficar no Irã.
Parece que as forças locais de segurança demoraram algum tempo antes de localizar e colocar sob controle os recém-chegados. Muitos deles parecem ter sido colocados em prisão domiciliar, em instalações distribuídas por todo o território iraniano.
Mas jamais esteve claro quem exatamente os estava detendo e por que motivo; a maioria dos analistas acredita, no entanto, que elementos da Guarda Revolucionária, uma organização linha-dura iraniana, estavam encarregados dos prisioneiros.
É verdade que elementos estatais iranianos foram vinculados, de maneira convincente, a ataques internacionais conduzidos em Bancoc, Baku e Nova Déli no ano passado e que Teerã tem um histórico de apoio a organizações terroristas.
Mas nada indica um relacionamento funcional com a Al Qaeda e suas diversas organizações derivadas. Mais detalhes podem emergir nos próximos dias, mas parece prematuro concluir que exista um relacionamento desse tipo.