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Israel diz que Síria utiliza armas químicas

Informação foi dada pelo setor de inteligência do Exército do país, com base em análise de áreas supostamente afetadas

Uso dessas armas poderia levar a uma intervenção externa; notícia é recebida com ceticismo pelos EUA

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

A inteligência militar israelense afirmou ontem que o regime do ditador da Síria, Bashar Assad, usou repetidamente armas químicas letais contra as forças rebeldes.

É a primeira vez que Israel faz essa acusação abertamente --e de maneira enfática--, em um pronunciamento incomum das Forças de Defesa israelenses.

"O regime [da Síria] usou armas químicas letais em diversas ocasiões", afirmou Itai Brun, o comandante da divisão de pesquisa militar, durante uma conferência do Instituto Nacional de Estudos de Segurança.

Os EUA insistiram, anteriormente, que o uso de armas químicas significaria avançar uma "linha vermelha" --provavelmente, uma invasão.

Mas, ontem, a administração do presidente Barack Obama recebeu com ceticismo as acusações israelenses.

O secretário de Estado, John Kerry, afirmou ter conversado com Binyamin Netanyahu, premiê israelense, que lhe disse não "estar em posição de confirmar" a afirmação de Brun.

Em Bruxelas para um encontro da Otan (aliança militar ocidental), Kerry pediu que membros do grupo estejam prontos para reagir caso seja confirmado que a Síria usou armas químicas. Não foi especificado, porém, que tipo de ação seria tomada.

Os EUA também receberam com desconfiança outros alertas internacionais sobre o uso de armas químicas na Síria, como o feito à ONU pelos governos britânico e francês.

As autoridades norte-americanas têm dito que será necessário confirmar se as armas químicas utilizadas são de fato letais.

A declaração israelense de ontem, porém, é clara quanto à letalidade do arsenal empregado pelo regime sírio.

Itai Brun diz que a conclusão segue a análise de imagens das áreas afetadas, incluindo o registro fotográfico de insurgentes sírios "espumando pela boca".

De acordo com seu setor de inteligência, Israel crê que a Síria tenha usado uma arma química à base de gás sarin, cujo rol de efeitos inclui a paralisia, a perda de consciência e a interrupção da respiração. É o mesmo gás que foi utilizado em um atentado ao metrô de Tóquio, em 1995, com 13 mortos.

O número de mortos na Síria ainda é incerto, e há também indícios do uso de armas químicas não letais.

ESTOQUE

Israel estima que a Síria tenha hoje mais de mil toneladas de armas químicas, além de milhares de bombas aéreas e mísseis que podem ser carregados com o estoque. Seria um dos maiores arsenais químicos do globo.

De acordo com os rastreamentos realizados pelo governo israelense, o arsenal sírio está provavelmente distribuído em 17 ou 18 localizações pelo país.


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