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Merkel sofre derrota em eleição regional Partido da chanceler alemã teve pior resultado em regionais desde a 2ª Guerra; vencedor é parceiro de Hollande Resultado impõe nova derrota das políticas de austeridade defendidas pela líder da principal economia européia CLÓVIS ROSSIENVIADO ESPECIAL A PARIS As políticas de austeridade sofreram ontem sua terceira derrota em apenas uma semana, desta vez em plena Alemanha, país que lidera a Europa e a ela impõe rígidos controles orçamentários como única saída para a crise. A CDU (União Democrata Cristã), da chanceler Angela Merkel, obteve seu pior resultado desde a 2ª Guerra Mundial, encerrada em 1945, em eleições regionais no "land" (Estado) de Renânia do Norte-Vestfália. Uma semana antes, eleitores na França e na Grécia votaram a favor de partidos que se opõem à austeridade. Ganhou o SPD (Partido Social Democrata), parceiro de François Hollande, o recém-eleito presidente francês. Obteve 39%, o que lhe permitirá manter o governo, caso se coligue com os Verdes, que saíram com pouco menos de 12% dos votos. A CDU de Merkel não passou de 26%, nove pontos abaixo do resultado alcançado no pleito anterior, em 2010. O candidato da CDU, o ministro do Ambiente de Merkel, Norbert Röttgen, transformara a campanha em uma espécie de plebiscito sobre a austeridade. Chegou a dizer que "Angela Merkel não pode parecer crível e forte se políticas que levam a um aumento da dívida forem seguidas indecentemente no mais populoso Estado alemão". A Renânia do Norte-Vestfália tem 18 milhões de habitantes, 22% da população alemã, e já é governada pelo SPD. Röttgen renunciou à liderança regional da CDU imediatamente após a divulgação dos resultados, ao passo que o líder do SPD, Sigmar Gabriel, insinuou que a vitoriosa, Hannelore Kraft, poderá ser a candidata do partido para a eleição nacional, prevista para setembro de 2013. O novo resultado adverso para os defensores da austeridade ocorre apenas 48 horas antes de um encontro de Merkel com François Hollande, na primeira oportunidade para iniciar a discussão do momento na Europa -entre crescimento com austeridade ou só austeridade. Outro sinal de incômodo com os partidos tradicionais: o Partido Pirata (8% dos votos) consegue superar a barreira dos 5% e, com isso, entra em um quarto Parlamento regional. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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