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Radicais islâmicos perdem terreno no Mali

Ofensiva militar francesa consolida avanço no território sob controle de extremistas e se aproxima de cidade-chave

Tropas estavam prestes a chegar a Timbuktu ontem; EUA ampliam apoio com aeronaves de reabastecimento aéreo

GRACILIANO ROCHA ENVIADO ESPECIAL A SÉVARÉ (MALI)

O Exército francês avançou ontem rumo a Timbuktu, um bastião dos insurgentes no norte do Mali, e bombardeou posições dos radicais islâmicos em Kidal, no Saara, perto da fronteira com a Argélia.

A guerra no Mali entrou em uma etapa crucial, em que a França, apoiada por aliados africanos, passou a tomar o controle das principais bases dos insurgentes ligados à Al Qaeda. No sábado, os franceses assumiram o controle de Gao (a 1.200 km de Bamaco).

Em apoio ao esforço francês de retomar o controle das cidades estratégicas do norte, os EUA anunciaram que irão destinar aeronaves para reabastecimento aéreo e transporte de tropas de países africanos vizinhos.

O deslocamento de tropas estrangeiras visa ajudar o Exército malinês a garantir o controle das áreas em que os insurgentes foram expulsos.

Situada no Sahel (transição entre o deserto e a savana), Timbuktu foi invadida há dez meses por extremistas ligados à AQMI (Al Qaeda do Magreb Islâmico) logo após o golpe militar que depôs o presidente Amadou Touré.

Os jihadistas expulsaram as forças do Mali e impuseram obediência à sharia (rigorosa versão da lei islâmica). Milhares de pessoas fugiram da cidade.

O primeiro-ministro da França, Jean-Marc Ayrault, anunciou no sábado que as tropas estavam em Gao e "muito perto" de Timbuktu.

Havia rumores, que não foram confirmados pelas autoridades francesas, de que forças especiais já haviam entrado na cidade ontem.

Uma coluna terrestre vinha se deslocando desde sexta, a partir de Diabaly, a segunda cidade a ser liberada do controle insurgente, para tentar atingir o flanco oeste da cidade. Timbuktu tem a comunicação cortada há mais de uma semana, dificultando a confirmação de informações.

Barreiras do Exército malinês nas estradas vetam a locomoção de jornalistas estrangeiros até os fronts.

Kidal (a 1.520 km de Bamaco), alvo da ofensiva francesa ontem, é controlada pelo grupo rebelde Ansar al Din ("defensores da fé", em árabe). Na semana passada, o grupo rachou. Uma dissidência disse "renunciar ao terrorismo" e estar disposta a negociar com o governo.

Segundo o Ministério da Defesa francês, houve mais de 30 bombardeios entre quinta e sábado da semana passada em Gao e Timbuktu.

A recuperação de Gao, que estava sob controle do Mujao (Movimento pela Unidade da Jihad na África Ocidental), foi concluída anteontem, horas depois de os militares retomarem o aeroporto e uma ponte na cidade. A zona urbana também foi ocupada por forças militares.

A França informou que "vários elementos terroristas foram destruídos no curso da operação", mas não detalhou o número de mortos em Gao.

Um porta-voz da ONG Médicos Sem Fronteiras, baseado em Bamaco, disse à Folha que mais de 30 feridos foram atendidos em Gao desde o início da ofensiva militar.


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