|
Próximo Texto | Índice
VENEZUELA
Catorze generais fazem parte do grupo, acusado de ter promovido uma rebelião contra o governo entre 2002 e 2003
Juíza manda prender 59 oficiais anti-Chávez
DA REDAÇÃO
Uma juíza venezuelana ordenou a captura de 59 dos 120 militares dissidentes que se aquartelaram durante um ano numa praça
de Caracas, informaram ontem
fontes oficiais. A decisão ocorre a
duas semanas do plebiscito que
pode afastar o presidente Hugo
Chávez do poder e em meio a intensas trocas de acusação entre
governistas e a oposição.
Os oficiais, entre eles 14 generais, são acusados de rebelião civil, instigação à rebelião e conspiração contra o governo. Vários
desses generais estão envolvidos
no frustrado golpe de abril de
2002, que afastou Chávez do poder por 48 horas.
O grupo tem ainda 24 coronéis,
12 tenentes e 2 capitães, entre outros. Todos haviam se aquartelado entre outubro de 2002 e outubro de 2003 na praça Altamira,
numa zona residencial da capital.
Constam da lista os generais
aposentados Enrique Medina,
Néstor González e Felipe Rodríguez, que lideraram a dissidência
e agora estão na clandestinidade
após serem acusados pelo governo de ações conspiratórias.
Também estão com o mandado
de prisão decretados o vice-almirante Héctor Ramírez Pérez e o
general de aviação Pedro Pereira,
que em 2002 tinham sido absolvidos pelo Supremo Tribunal de
Justiça da acusação de incentivar
um golpe de Estado, em decisão
criticada pelo governo.
Ramírez Pérez havia sido nomeado ministro da Defesa do efêmero governo instalado no fracassado golpe de abril de 2002.
Em outubro de 2002, os militares tomaram a praça após se declararem em "desobediência legítima" e exortaram seus companheiros a desconhecer o governo
"autocrático" de Chávez.
O advogado de defesa dos oficiais, Carlos Bastidas, afirma que
eles não podem ser acusados de
rebelião porque eles apenas haviam expressado sua opinião, sem
se envolver em nenhuma conspiração contra o governo. "Uma rebelião requer planejamento e armas", disse.
O governo Chávez tem impulsionado uma série de medidas
voltadas contra setores da oposição. Na mais criticada delas, parlamentares chavistas aprovaram
uma reforma do Supremo que
amplia o número de juízes em regras que favorecem amplamente
o governo. A nova legislação também facilita o afastamento de juízes considerados antichavistas.
Já parte da oposição, sob o comando da coalizão Coordenação
Democrática, conseguiu convocar um plebiscito que pode tirar
Chávez do poder no próximo dia
15 de agosto. Recentes pesquisas
de opinião mostram Chávez na
frente, mas também uma grande
margem de indecisos. Caso o presidente perca, novas eleições serão convocadas em 30 dias.
As últimas semanas de campanha têm sido marcadas por acusações pesadas entre governo e
oposição. Enquanto chavistas denunciam um novo plano de golpe
de Estado, oposicionistas acusam
o Poder Eleitoral de manipular
em favor do governo.
A oposição teve uma má notícia
ontem: a morte do deputado Alejandro Armas, 65, cotado para assumir um eventual governo transitório caso Chávez perca. Ele teve
uma parada respiratória.
Com agências internacionais
Próximo Texto: Iraque sob tutela: Mais dois turcos são seqüestrados no Iraque Índice
|