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FILHAS DE PEIXE
Jenna e Barbara Bush são "festeiras", enquanto Alexandra e Vanessa Kerry são mais reservadas
Filhas de candidatos têm estilos opostos
RAFAEL CARIELLO
DE NOVA YORK
O presidente George W. Bush e
o democrata John Kerry têm
uma dupla de filhas que, fora a
idade e os pais candidatos à Presidência, em tudo mais parecem
tão opostas quanto um "esquerdista" de Massachusetts e um republicano do Texas.
Num país em que quase não há
distinção entre as vidas pública e
privada dos líderes políticos, as
meninas não tiveram opção: entraram na campanha e no circo
de fetiches sobre a intimidade
dos candidatos.
Como resumiu o historiador
Michael Beschloss para o "New
York Times", elas servem como
"uma janela para a alma" dos
seus pais. "Você tira conclusões
a partir do caráter dos amigos e
da família de uma pessoa. Não
diz muito sobre as propostas de
arrecadação de impostos do
candidato. Mas traz à luz o tipo
de sujeito que ele é."
As gêmeas Jenna e Barbara, 22,
são filhas de Bush. Em 2000, ainda com 18 anos, pouco apareceram na campanha do pai. De lá
para cá, Jenna arrumou problemas com a polícia duas vezes,
por ter sido pega bebendo (em
alguns Estados dos EUA, é proibido consumir bebida alcoólica
antes dos 21). Na segunda vez,
estava acompanhada da irmã.
A última edição da revista
"Vogue" traz as duas em vestidos de festa e diamantes. Embora Barbara tenha acabado de se
formar em ciências humanas na
Universidade Yale, e Jenna em
literatura pela Universidade do
Texas, são tratadas pela imprensa americana como "party girls",
meninas festeiras.
A depender só da imagem, se
morassem no Rio de Janeiro, seriam patricinhas da zona da Sul,
enquanto as filhas de Kerry freqüentariam o Posto 9. Em São
Paulo, as irmãs Kerry participariam como simpatizantes da parada gay, e as gêmeas Bush prefeririam fazer compras na rua
Oscar Freire.
Alexandra Kerry, 30, é cineasta
e já trabalhou como atriz. Tem
feito gravações da campanha do
pai para produzir um documentário. É descrita como tímida e
distraída. Sua irmã Vanessa, 27,
estuda medicina. Diz que se incomoda em ser abordada e por
isso usa sobrenomes diferentes
no seu crachá do hospital da escola de medicina de Harvard.
Vanessa declara que resolveu
participar da campanha do pai
porque "muitas das coisas que
são importantes" para ela, como
o impacto da Aids no mundo, citou, "serão afetadas por essa
eleição". A caçula diz pretender
viajar no próximo mês para trabalhar com doenças contagiosas
num país do Terceiro Mundo.
A "sensibilidade" das meninas
foi associada ao pai na última
quinta, quando Alexandra contou a história, na convenção democrata, de como seu pai aplicou primeiros socorros a um
hamster que se afogava, quando
ela era criança. "Até hoje, há relatos de respiração boca-a-boca,
mas admito que isso deve ser
uma falha de memória."
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