São Paulo, domingo, 01 de dezembro de 2002

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PRECAUÇÃO

Ministério das Relações Exteriores afirma que há risco de ações terroristas em locais turísticos da Ásia e da África

Israel faz alerta sobre viagens ao exterior

DA REDAÇÃO

As autoridades israelenses lançaram ontem um alerta a seus cidadãos sobre o risco de ações terroristas em locais turísticos da Ásia e da África.
Na quinta-feira, um atentado duplo contra alvos israelenses matou 16 pessoas em Mombaça (Quênia), entre as quais três israelenses.
No mesmo dia, um carro-bomba foi lançado contra um hotel da cidade queniana e dois mísseis foram disparados contra um avião israelense que decolava com destino a Tel Aviv (Israel) com mais de 270 pessoas a bordo.
O alerta foi emitido pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel e inclui países como Quênia, África do Sul, Etiópia, Eritréia e Egito (todos na África), para onde viajam muitos turistas israelenses.
As autoridades recomendaram que os israelenses se mantenham discretos nesses países e evitem andar em grupo nos hotéis, nos restaurantes e em locais turísticos. O alerta também pede que os israelenses evitem participar de discussões políticas.
Funcionários dos serviços de informação e de segurança de Israel afirmaram que extremistas islâmicos vinculados à rede terrorista Al Qaeda planejam cometer novos atentados contra locais turísticos frequentados por israelenses.
O grupo liderado pelo terrorista saudita Osama bin Laden não assumiu que tenha ligações com o ocorrido, mas especialistas dizem que ataques sincronizados contra alvos em mais de uma localidade são característica da estrutura profissional do terror da Al Qaeda.
Um oficial americano disse que um grupo extremista islâmico da Somália com vínculos com a Al Qaeda, o Al Itihad al Islami (também conhecido como AIAI, ou União Islâmica), encabeça a lista de organizações suspeitas pelos ataques.
O AIAI é bastante ativo na região do chifre da África e seria responsável por atentados a bomba realizados em 1996 e 1997 em Adis Abeba (Etiópia).
Um grupo até então desconhecido, auto-intitulado "Exército da Palestina", assumiu a autoria do duplo atentado no Quênia. Não houve, porém, confirmação de que a declaração fosse verdadeira. Nabil Shaath, ministro da Cooperação Internacional da Autoridade Nacional Palestina, afirmou que nenhuma organização palestina está envolvida com os ataques, apesar da Intifada (levante contra a ocupação israelense).

Liberados
A polícia queniana liberou ontem dois estrangeiros detidos para interrogatório, a norte-americana Alicia Kalhammer e seu marido, o espanhol José Tena.
A polícia anunciou anteontem ter prendido ao menos 13 pessoas suspeitas de envolvimento, entre as quais apenas um cidadão queniano. Seis paquistaneses e quatros somalis continuavam a ser interrogados.
Segundo Ben Wafula, gerente do hotel onde o casal liberado ontem se hospedara, a cerca de 5 km do local da explosão do carro-bomba em Mombaça, eles teriam decido ir embora duas horas após o atentado, o que teria levantado suspeitas de funcionários, que chamaram a polícia.


Com agências internacionais


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