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Filhos são os prejudicados, diz opositor
DA REDAÇÃO
O divórcio oferece um elevado
risco aos filhos do casal que está se
separando, afirma o padre Jaime
Fernández, que exerce o cargo de
vigário da família em Santiago e
tem servido como porta-voz da
Igreja Católica na questão. "O divórcio acaba muitas vezes separando os pais dos filhos. As crianças são as mais prejudicadas na
separação", disse Fernández em
entrevista à Folha, por telefone.
O objetivo da igreja, segundo
ele, é tornar a lei o mais restrita
possível e, além disso, conseguir o
reconhecimento legal das uniões
religiosas, sejam católicas, islâmicas ou judaicas.
A seguir, leia trechos da entrevista de Fernández.
(GC)
Folha - Por que a Igreja Católica é
contra a lei de divórcio?
Jaime Fernández - Por uma parte, a igreja quer uma nova lei de
matrimônio. A atual tem muitas
carências. Porém, para a igreja, o
casamento é uma relação estável e
eterna entre o homem e a mulher.
Aliás, por esse mesmo motivo, somos contra a união civil entre homossexuais.
Folha - Já que a igreja não conseguirá impedir que o divórcio seja
previsto na nova lei de matrimônio, qual será o próximo passo a tomar?
Fernández - Somos contra o divórcio unilateral não-culposo. Estamos lutando também para que
o casamento religioso tenha reconhecimento legal, seja ele católico,
islâmico ou judaico.
Folha - E a possibilidade de obrigar os casais a escolher antes do
matrimônio se pretendem se casar
ou não?
Fernández - Creio que será difícil
aprovar esse item. Não estamos
defendendo esse tema mais.
Folha - A igreja se arrepende da
propaganda sobre os filhos de pais
separados, nas quais se dizia que
eles consomem mais cocaína e álcool?
Fernández - São os números que
dizem isso. O divórcio acaba muitas vezes separando os pais dos filhos. As crianças são as mais prejudicadas na separação.
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