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Impacto do resgaste deixa escândalos em segundo plano
DA REDAÇÃO
A libertação de 15 reféns
acontece em um momento
oportuno para o presidente da
Colômbia, Álvaro Uribe, que vê
a emenda que proporcionou
sua reeleição em 2006 ser
questionada pela Justiça.
Ontem mesmo o governo havia anunciado que mandaria ao
Congresso o projeto para o referendo cujo objetivo é repetir
a eleição que deu o segundo
mandato a Uribe. É uma maneira de o presidente dobrar o
Judiciário usando sua enorme
popularidade -mais de 80%.
Mas a própria proposta, como
os escândalos envolvendo Uribe e sua base apoio, tendem a se
diluir e perder impacto.
"Legal ou ilegal, legítimo ou
ilegítimo, tudo isso vai ficar em
segundo plano", diz o colombiano Ariel Ávila, analista da
Fundação Novo Arco-Íris.
A relação de Uribe com o Judiciário, que não era boa, piorou com as denúncias de compra de votos para aprovar a
emenda da reeleição. Na semana passada, a ex-senadora Yidis
Medina foi condenada pela
Corte Suprema a quatro anos
de prisão domiciliar, por ter recebido promessa de benesses
do governo em troca do seu voto na comissão parlamentar
que aprovou a emenda.
Antes, Uribe já se via acossado pela parapolítica. Cerca de
60 congressistas de sua base,
incluindo um primo e colaborador, são investigados por envolvimento com milícias de direita cujas atividades ilícitas incluem chacinas e narcotráfico.
"É verdade que a popularidade de Uribe não tem muito
mais o que subir, mas setores
que eram críticos com respeito
à parapolítica e outras questões
vão começar a olhá-las com outros olhos", diz Markus Schultze-Kraft, do Crisis Group.
Ironicamente, a única figura
política que faz frente a Uribe
em termos de popularidade é
Ingrid. Ela tem 71% de aprovação, segundo pesquisa de março do Gallup. Ela diz que será
candidata a presidente, enquanto partidários de Uribe recolhem assinaturas para um
terceiro mandato dele.
(FM)
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