|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Para Bush, Mazen precisa de mais tempo para combater terror; forças palestinas detêm militantes em QG de Arafat
EUA diminuem pressão sobre palestinos
STEVEN R. WEISMAN
DO "NEW YORK TIMES"
O governo do presidente dos
EUA, George W. Bush, tem diminuído as pressões para que a Autoridade Nacional Palestina
(ANP) desmantele imediatamente grupos extremistas por considerar que as forças de segurança
palestinas estão debilitadas demais para realizar uma ação rápida, informaram ontem altos funcionários do governo americano.
Segundo esses funcionários, o
resultado dessa avaliação é a aceitação do cessar-fogo que o premiê
da ANP, Mahmoud Abbas, mais
conhecido como Abu Mazen, negociara com grupos militantes.
Em junho, quando o cessar-fogo foi negociado, a importância
do acordo foi minimizada por Israel e pelos EUA. Com a redução
nas últimas semanas dos ataques
contra Israel e com o aparente
crescimento do apoio a Mazen, os
americanos mudaram de tom.
"Ambos os lados agora consideram o cessar-fogo uma boa idéia,
e o ceticismo inicial de Israel tem
mudado", afirmou um alto funcionário do governo americano.
Segundo esse funcionário, uma
das vantagens do cessar-fogo foi
dar tempo para que Mazen organize suas forças de segurança.
O cessar-fogo está previsto para
durar apenas três meses. Os EUA
estão exigindo que Israel melhore
as condições dos territórios palestinos para que haja uma grande
pressão popular em favor da ampliação da duração do acordo por
pelo menos mais três meses.
Nesse período, dizem os funcionários, planeja-se o repasse de
US$ 300 milhões em ajuda para a
ANP por intermédio da CIA (serviço secreto americano), destinados a recuperar cadeias, equipamentos de comunicação e veículos destruídos nos últimos dois
anos pelo Exército israelense.
Os funcionários, que falaram na
condição de anonimato, disseram
que a avaliação dos EUA sobre o
cessar-fogo foi discutida nos encontros de Bush com o premiê de
Israel, Ariel Sharon, e com Mazen.
O ponto de atrito com Israel é a
insistência do governo de Sharon
de que não pode dar os passos desejados pelos EUA sem que a forças de Mazen tomem antes mais
passos contra os extremistas.
Prisões
Forças de seguranças palestinas
prenderam ontem entre 17 e 20
militantes palestinos dentro do
complexo administrativo do presidente da ANP, Iasser Arafat, em
Ramallah, na Cisjordânia.
Eles pertencem ao Fatah, partido de Arafat e de Mazen, e ao grupo terrorista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, ligado ao Fatah.
Segundo a agência Associated
Press, Arafat pediu que os militantes deixassem o complexo,
mas a maioria se recusou e foi
confinada em uma sala.
Logo depois da prisão, as Brigadas de Al Aqsa anunciaram que
irão abandonar o acordo de cessar-fogo, informou a agência
France Presse. "Ordenamos a reativação por todos os lados de nossos ataques, especialmente as
operações de mártires", afirma o
grupo, em um comunicado.
Também ontem, Israel determinou a remoção de seis assentamentos na Cisjordânia e a retirada de seus moradores, como parte
do novo plano de paz.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Após anos de repressão, maioria das afegãs ainda prefere vida encoberta Próximo Texto: Panorâmica - Tráfego aéreo: EUA proíbem conexão no país sem visto Índice
|