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SEPARATISMO
Nagaland e Assam, Estados que enfrentam forte oposição de grupos secessionistas, são alvo de 9 atentados
Ataques matam 46 no nordeste da Índia
DA REDAÇÃO
Uma seqüência de ataques e de
explosões em dois Estados no
nordeste da Índia deixaram ontem 46 mortos e cerca de cem feridos no maior ataque acontecido
na região desde a assinatura de
um cessar-fogo em 1997. Houve
nove ataques em Nagaland e Assam, Estados que enfrentam a insurgência separatista.
Até o fechamento desta edição,
nenhum grupo havia reivindicado a ação e não estava claro se havia uma ligação entre os atentados
nos dois Estados.
Em Nagaland, duas bombas explodiram com minutos de diferença. A primeira explosão ocorreu na estação ferroviária de Dimapur, a segunda, no mercado
popular Hong Kong. A plataforma principal da estação estava repleta de passageiros, que aguardavam a chegada do trem, proveniente de Assam, Estado vizinho.
O comerciante local Alok Pareek afirmou que toda a estrutura
em frente ao escritório principal
da estação veio abaixo. "Muitos
dos mortos ficaram presos nos escombros da estação", disse Pareek. De acordo com relatos de
testemunhas dados ao correspondente da rede britânica BBC Subir
Bhaumik, os passageiros que esperavam o trem foram jogados
nos trilhos com a força da bomba.
Nos dois ataques, morreram 26
pessoas e 84 ficaram feridas, segundo Neiphiu Rio, uma das
principais autoridades da cidade.
"Nós não podemos dizer quem
é responsável. É muito cedo", disse Rio por telefone da capital do
Estado, Kohima.
Horas depois, sete outros ataques atingiram Assam, o maior
Estado da região, deixando um
total de 20 mortos.
O ataque mais mortal ocorreu
na pequena cidade de Makri Jhoda, a 290 km a oeste da capital Guwahati, quando atiradores não
identificados dispararam fogo
numa multidão em um mercado
local, matando 11 pessoas e ferindo outras 12, segundo o superintendente da polícia, L.R. Bishnoi.
Os mesmos homens, depois de
deixarem o mercado, mataram
quatro habitantes do povoado.
Uma outra explosão no mercado
de Santipur, no distrito de Kokrajhar, matou um comerciante e feriu sete pessoas.
Os ataques em Assam ocorreram um dia depois de a maior autoridade política do Estado, Tarun Gogoi, ter oferecido uma trégua para os rebeldes da Frente
Democrática Nacional de Boroland -um grupo separatista tribal ativo na região- a partir de 16
de outubro se eles impusessem
um cessar-fogo até essa data.
Segundo o inspetor da polícia
de Assam Khagen Sarma, não se
pode "descartar" um possível envolvimento da Frente Democrática Nacional de Boroland nos ataques. Amanhã, o grupo completa
18 anos de existência.
Negociação
O governo indiano disse que,
neste mês, iniciará as conversações com a facção rebelde liderada por S.S. Khaplang, do grupo
separatista NSCN-IM (Conselho
Nacional Socialista de Nagaland
Isak-Muivah), dirigido por Isak
Chishi Swu e Thuingaleng Muivah. Há sete anos, foi assinado um
tratado de cessar-fogo com os
combatentes do NSCN, e o grupo
liderado por Khaplang declarou
um cessar-fogo unilateral com as
forças de segurança da Índia há
mais de um ano.
Ambas as facções condenaram
as explosões. Os líderes rebeldes
disseram ter recebido o convite,
mas ainda não foi marcada uma
data para o início das negociações. Para os partidos políticos
em Nagaland, a não ser que todas
as facções rebeldes estejam representadas nas negociações, não será possível chegar a um acordo
abrangente em relação ao problema do Estado. Mais de 15 mil pessoas morreram em conflito antes
de o governo e os rebeldes anunciarem a trégua em 1997.
Analistas de segurança disseram que o governo indiano tem
ignorado a situação dos separatistas no nordeste da Índia, concentrando-se quase que inteiramente
na questão da Caxemira, palco de
disputa entre a Índia e o Paquistão há décadas.
Com agências internacionais
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