|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRAGÉDIA
Novos abalos impedem retorno de moradores a San Giuliano di Puglia, onde 26 crianças morreram em escola na quinta
Tremores continuam a atingir sul da Itália
DA REDAÇÃO
A terra continuou ontem a tremer na região da cidade de San
Giuliano di Puglia, no sul da Itália,
onde um terremoto provocou a
morte de 29 pessoas, entre elas 26
crianças, após a queda de uma escola primária.
Cerca de 850 dos 1.200 habitantes do pequeno vilarejo ao sul do
país passaram a fria madrugada
de ontem em um acampamento a
dois quilômetros de suas casas,
por temor a novos tremores e por
causa da advertência das autoridades locais, que alertam para a
possibilidade de novos desabamentos por causa dos tremores
secundários.
Novos abalos, com 3,7 e 3,8
graus na escala Richter, foram registrados durante a madrugada.
O primeiro terremoto, na quinta-feira, havia atingido 5,4 graus.
Segundo o Instituto Nacional de
Geofísica e Vulcanologia, 144 tremores secundários foram registrados na região entre quinta-feira e a manhã de ontem.
O chefe da polícia local, Giuseppe Carrarelli, anunciou a abertura
de uma investigação criminal sobre as razões do colapso da escola,
onde as crianças participavam de
uma festa de Halloween, mas não
deu detalhes sobre o caso.
Os moradores alojados no
acampamento lamentavam a devastação provocada pelo terremoto em suas vidas -as mortes
das crianças e o abandono forçado de suas residências. Dois terços das casas da cidade sofreram
danos por causa do terremoto.
"Essa era uma cidade na qual
tudo era bom: havia trabalho, havia muitas crianças. Todo mundo
tinha tudo. Agora ninguém tem
mais nada", afirmou Rosanna Pilla, 35, ontem pela manhã.
"A cidade toda está no acampamento", disse um homem com
cerca de 50 anos identificado apenas como Raffaele. "Estava muito
frio, e todas as roupas que tínhamos não eram suficientes para
nos aquecer", afirmou.
Segundo a polícia local, os moradores não poderão voltar a suas
casas pelo menos até amanhã.
"Tudo o que eu quero é voltar
para casa e tomar algumas roupas
quentes", disse Orazio Bollella, 65.
"E eu também tenho meus cachorros e minhas galinhas para
alimentar."
Fotos aéreas da cidade medieval
mostraram que muitos prédios
na área central, muitos deles com
centenas de anos, foram danificados. Mas apenas a escola foi abaixo. Especialistas dizem que as paredes da escola não eram fortes o
suficiente para aguentar o peso do
concreto no telhado e nas classes
construídas posteriormente no
segundo andar.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Americanos aprovam o uso medicinal da droga Próximo Texto: Abalo deixa ao menos 48 feridos na Indonésia Índice
|