São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002

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País de Le Pen seria a França ao avesso

DA REPORTAGEM LOCAL

Na hipótese remota de elegê-lo para a Presidência, a França seria virada de cabeça para baixo por Jean-Marie Le Pen. Alguns exemplos. Ele suprimiria a lei das 35 horas de trabalho semanal, porque, "na França, não se trabalha o bastante". O Tesouro precisaria arcar com o ônus de uma moratória das dívidas dos agricultores, e a rede educacional pública não teria privilégios sobre os estabelecimentos religiosos.
Além das polícias civil e militar, seria constituída uma "guarda nacional de voluntários para a defesa operacional do território".
Ao pregar o "restabelecimento das fronteiras comerciais para proteger empregos e nossos produtos", Le Pen supõe abandonar a União Européia e a Organização Mundial do Comércio. No capítulo referendos, a França votaria por deixar o Tratado de Maastricht e também o espaço Schengen (liberdade da circulação de pessoas). A França também proporia o fim da Comissão de Bruxelas, órgão executivo da UE.
Le Pen propõe inscrever na Constituição o princípio da "preferência nacional" em matérias como habitação, emprego e auxílios sociais. O estrangeiro passa a ser oficialmente suspeito de estar contaminado, já que Le Pen prevê, para a concessão de vistos, exames médicos que evitem a contaminação dos franceses por "moléstias importadas". Por fim, o equivalente francês ao INSS não cobriria todas as doenças porque o sistema universalizado "é uma bomba de aspiração que beneficia os imigrantes". (JBN)


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