|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo ainda é reticente sobre democratização
ENVIADA ESPECIAL A TIANJIN
As eleições diretas nas vilas rurais são a experiência mais democrática da China, mas ainda estão
longe de garantir um processo livre de escolha nas 700 mil localidades onde são realizadas.
O próprio governo reconhece
que há problemas em 40% das vilas, afirma Yawei Liu, representante da Fundação Carter em um
projeto conjunto com o Ministério de Assuntos Civis da China
para aperfeiçoar as eleições.
Metade desses 40% realizam
eleições "mais ou menos" de
acordo com a lei, e a outra metade
em total desrespeito a ela, observa. Os restantes 60% organizariam os pleitos nos termos da Lei
Orgânica aprovada em 1998.
Jürgen Ritter, que trabalha em
um projeto da União Européia de
treinamento para as eleições, afirma que a lei traz princípios semelhantes aos da democracia ocidental, como garantia de segredo,
igualdade e competição.
A grande pergunta não respondida é se as eleições nas vilas são o
primeiro passo para uma democratização mais ampla da China
ou se a experiência tende a ficar
confinada a pequenas áreas.
"Quando a proposta foi apresentada ao Congresso Nacional
do Povo, ela enfrentou muita resistência. Não acho que a experiência levará necessariamente à
democracia em âmbito nacional",
avalia Yawei, da Fundação Carter.
"O governo vê a democratização
como um longo processo. Acredito que eles venham a seguir o
mesmo caminho da abertura econômica, com o estabelecimento
de projetos-piloto e sua gradual
extensão", diz Ritter.
(CT)
Texto Anterior: Ásia: Vilas são experiência de autogestão chinesa Próximo Texto: Observadores criticam ação do PC no processo Índice
|