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ORIENTE MÉDIO
Jihad Islâmico assume autoria de atentado executado por mulher-bomba; Arafat e Korei condenam ataque
Terrorista mata ao menos 19 em Israel
DA REDAÇÃO
Uma terrorista suicida palestina detonou ontem explosivos que
portava sob as roupas num restaurante na cidade costeira de
Haifa, situada no norte de Israel,
matando ao menos 19 pessoas, incluindo três crianças, e ferindo
cerca de 30, de acordo com a polícia e as equipes de socorro.
O grupo terrorista Jihad Islâmico assumiu a autoria do atentado.
Em entrevista à Reuters, a organização afirmou que ele foi executado por Hanadi Tayseer Jaradat,
uma mulher de 29 anos cujo irmão e o primo teriam sido mortos
por soldados israelenses.
O ataque, ocorrido um dia antes
do Yom Kippur, o dia judaico do
perdão, deverá fazer aumentar a
pressão da opinião pública israelense, sobretudo no que se refere a
simpatizantes da direita radical,
para que o governo aplique sua
decisão de "remover" o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat.
O restaurante Maxim, alvo do
atentado, pertence a uma família
de árabes cristãos e judeus e é frequentado tanto pro árabes quanto por judeus.
"Havia um segurança na frente
do restaurante, mas a pessoa conseguiu entrar e explodir a bomba", afirmou Shlomo Aharonishky, chefe da polícia nacional,
em frente ao restaurante, que ficou bastante danificado.
Segundo funcionários de hospitais locais, também havia várias
crianças entre os feridos. A explosão ocorreu num dia ensolarado
perto da popular praia de Haifa.
"Houve uma explosão enorme,
que destruiu várias janelas. Foi
horrível", disse uma testemunha à
rede de TV Channel One.
Em 29 de junho, o Hamas e o Jihad Islâmico anunciaram, unilateralmente, um cessar-fogo de
três meses, mas que foi interrompido após um atentado em Jerusalém, que matou 22 pessoas, seguido de uma série de mortes de
líderes do Hamas, atingidos por
mísseis disparados por helicópteros israelenses.
Condenações
Arafat condenou o ataque, dizendo que ele "contradiz os interesses palestinos" e "dá a Israel
um pretexto para obstruir as iniciativas de paz".
O premiê palestino indicado,
Ahmed Korei, também fez declarações semelhantes e exortou os
extremistas islâmicos a pôr fim
aos ataques contra civis.
Um porta-voz do governo israelense afirmou que o apelo de Korei era "muito pouco" e que ele tinha sido feito "tarde demais".
O presidente dos EUA, George
W. Bush, também criticou o atentado. Os EUA, junto com a ONU,
a União Européia e a Rússia, são
os patrocinadores de um novo
plano de paz em negociação para
a região.
"Eu condeno inequivocamente
o ato de terrorismo cometido hoje
[ontem] em Haifa", disse Bush
em um comunicado. "Esta ação
assassina, que teve como alvo famílias reunidas para o almoço do
sabá, matou e feriu dezenas de homens mulheres e crianças."
O presidente americano afirmou ainda que o ataque reitera a
responsabilidade da ANP em
combater o terrorismo e que a liderança palestina "deve se dedicar a desmantelar a infra-estrutura do terror para evitar ações como a que foi vista hoje [ontem]"
Palestinos mortos
Em um tiroteio na cidade de
Tulkarem, Cisjordânia, as forças
de Israel mataram Sirham Sirham, militante palestino suspeito
pela morte de cinco israelenses.
No mesmo confronto, um menino palestino de nove anos morreu atingido por uma bala, informaram funcionários do hospital
que o recebeu.
Israel acusava Sirhan, 20, de ser
o atirador que entrou em um kibutz (fazenda comunal israelense) perto da Cisjordânia em novembro do ano passado e abriu
fogo, matando cinco pessoas
-incluindo uma mulher e seus
dois filhos.
Sirhan, membro das Brigadas
dos Mártires de Al Aqsa -grupo
ligado ao Fatah, movimento político ao qual pertence Arafat-
conseguiu fugir após o ataque,
apesar de quase um ano de esforços intensos das forças israelenses
em capturá-lo.
"Durante a tentativa de prisão
pela unidade antiterror da polícia
e pelo Shin Bet, Sirhan Sirhan foi
atingido e morto", diz um comunicado do Exército.
Em Tulkarem, palestinos dispararam para o ar com rifles e gritaram que Sirhan ainda estava vivo
e passava bem.
As forças israelenses, no entanto, afirmaram que mantinham o
corpo de Sirhan.
Com agências internacionais
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