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EUA monitoraram ação, diz militar
No helicóptero onde estavam Ingrid Betancourt e 14 seqüestrados, havia microfones e transmissor
Ministro colombiano nega
estrangeiros em operação,
mas confirma ajuda dos
EUA; Correa diz que "Che se
envergonharia" das Farc
DA REDAÇÃO
Um oficial militar americano
que falou sob condição de anonimato à agência Associated
Press disse que havia, a bordo
do helicóptero que resgatou os
reféns das Farc na quarta-feira,
um transmissor e microfones
para que a Operação Xeque fosse monitorada a distância.
"Nenhum estrangeiro participou [da operação]", negou o
ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos. Ele,
no entanto, reconheceu que os
EUA forneceram um avião para
monitorar a operação, além de
equipamentos de rastreamento instalados no helicóptero.
Não ficou claro, no entanto, se o
avião foi tripulado por americanos ou colombianos.
O ministro, que está em Madri, revelou também que a Operação Xeque foi antecipada em
dez dias para não vazar: "Nós a
adiantamos ao máximo, pois o
risco de que qualquer coisa se
infiltrasse era muito grande".
Segundo Santos, os seqüestrados não sofriam risco, mas,
sim, a tripulação do helicóptero
e os agentes infiltrados. Ele explicou que o vídeo do resgate,
divulgado anteontem, foi editado para preservar os agentes.
Já em Paris, a franco-colombiana Ingrid Betancourt negou
que Enrique Gafas, seu carcereiro, tenha sido "comprado"
-uma rádio suíça divulgou que
a Colômbia pagou US$ 20 milhões pela libertação.
"Era um homem de uma
crueldade especial", disse ela.
"Quando o vi no chão, com punhos e pés atados, a expressão
de seu rosto, de sua boca, não
era a de alguém "comprado". Ele
estava humilhado."
A ex-refém passou ontem
por uma bateria de exames.
"Há alguns pontos em observação, mas nada alarmante", disse Astrid Betancourt, irmã de
Ingrid. Os três americanos resgatados com ela também fizeram exames e estão bem: "Tivemos esperança e rezamos para
que chegasse este dia. Agora estamos estupefatos de emoção".
Envergonhado
O presidente do Equador,
Rafael Correa, reafirmou ontem que não restabelecerá relações com a Colômbia, rompidas
em março quando Bogotá matou o número dois das Farc,
Raúl Reyes, com um bombardeio em território equatoriano.
Além disso, Correa disse que
a guerrilha é a maior fonte de
popularidade para o colombiano Álvaro Uribe. "Se Che Guevara estivesse vivo, morreria de
vergonha. Que revolucionário
seqüestra gente inocente supostamente para seus fins, por
mais nobres que sejam?"
Com agências internacionais
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