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Elite e jovens promovem atos contra governo
DA REDAÇÃO
Em praticamente todos os
episódios violentos na Bolívia envolvendo forças anti-Evo Morales estão presentes
dois grupos: os chamados
Comitês Cívicos regionais e,
mais recentemente, associações radicais de jovens.
Os comitês reúnem a elite
política e empresarial nos
departamentos, e tem considerável capacidade de mobilização da população -seja
porque abraçam causas populares, como a autonomia
administrativa, seja porque
têm força para impor locautes nas capitais. Os comitês
também se replicam em escala menor, como províncias
e cidades.
As entidades rivalizam em
poder com os governadores,
que só passaram a ser eleitos
na Bolívia em 2005 -alguns
comitês datam da década de
50. O que os une é a oposição
ao projeto político de Morales, que prega maior intervenção do Estado, redistribuição de renda e de terras.
Facções radicais desses comitês têm sido responsáveis,
por exemplo, pelas ocupações de aeroportos que impediram aterrissagens do
presidente recentemente.
O comitês recebem o apoio
dos governadores oposicionistas, ora explícito, ora tácito (quando se trata de episódios mais dramáticos). No
caso da ameaça de cortar o
gás, os governadores limitaram-se a dizer que "não se
responsabilizam" se algo interromper o abastecimento.
Agem junto com os comitês sua versão jovem. A mais
famosa é a União Juvenil
Cruzenha, do rico departamento de Santa Cruz, que fez
reiteradas ameaças diretas a
Morales. Analistas duvidam
que tenham armas, mas,
questionados pela Folha no
ano passado, integrantes diziam que "gostavam de caçar" e que armas eram artigo
fácil na região.
A UJC, cuja retórica tem
fortes tons racistas contra a
maioria indígena, serviu de
modelo para a criação de similares nos outros departamentos opositores.
(FM)
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