São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2008

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Em aniversário de massacre, ataque mata 15 no Paquistão

Atentado suicida ocorre um ano após ofensiva do governo contra Mesquita Vermelha

Homem-bomba se explodiu após protesto de estudantes que marca mortes em 2007; novo governo vê "tentativa de desestabilizar o país"


DA REDAÇÃO

Ao menos 14 policiais e um civil foram mortos em um ataque suicida ocorrido ontem, nas proximidades da Mesquita Vermelha, em Islamabad, capital do Paquistão. Também há informações de que cerca de 20 pessoas ficaram feridas.
O ataque com explosivos, promovido por um homem jovem a pé, segundo fontes do governo, atingiu um contingente policial que monitorava uma manifestação de centenas de estudantes. Eles se reuniam por ocasião do primeiro aniversário de um ataque militar a esse templo, que deixou ao menos cem mortos -ou 2.000, segundo relatos da oposição ao regime de Pervez Musharraf, que perdeu poder após as eleições do início deste ano.
Em julho de 2007, após tentativas frustradas de negociação, enfrentamentos e um cerco que durou dias, Musharraf ordenou que as tropas atacassem a mesquita, tida como um foco fundamentalista.
Considerados pelo governo simpatizantes da Al Qaeda, os manifestantes ontem agitavam bandeiras negras e gritavam palavras de ordem em homenagem aos mortos. A rede terrorista e os membros paquistaneses do Taleban já haviam jurado vingança pelos mortos na mesquita e declararam guerra contra o regime de Musharraf, então em vigor.
O atual governo, encabeçado pelo premiê Yousaf Raza Gilani, adotou o diálogo com os militantes em busca de uma saída negociada para pôr fim aos atentados. Mas o país não se livrou da uma onda de atentados, em sua maioria cometidos por homens-bomba, intensificada desde o ataque à Mesquita Vermelha. Em um ano, o saldo é de quase 1.100 mortos. Em junho, a explosão de um carro-bomba matou seis pessoas perto da Embaixada da Dinamarca, na capital paquistanesa.
Segundo fontes militares citadas pela France Presse, o ataque de ontem ocorreu cerca de 15 minutos depois que os organizadores da manifestação dispersaram a marcha.
O Ministro do Interior, Rehman Malik, condenou o atentado e disse que é preciso "pensar quem está desestabilizando o país e agir". As forças de segurança isolaram a área e decretaram alerta máximo na região.


Com agências internacionais


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