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SAÚDE
Modafinil é capaz de deixar pessoas acordadas por 40 horas sem mostrar sinais de fadiga e sem causar dependência
Militares usam nova droga contra o sono
DA REDAÇÃO
O Ministério da Defesa do Reino Unido está fazendo grandes
compras de um remédio que permite às pessoas ficarem acordadas, e alertas, por períodos de 40
horas. De acordo com o jornal
londrino "The Guardian", houve
um significativo aumento nas
compras da droga desde que o
país participou da invasão do Afeganistão em 2001.
O ministério negou estar dando
o remédio às Forças Armadas e
disse desconhecer a existência,
em sua esfera, de pesquisas sobre
os efeitos do modafinil (o princípio ativo da droga). Mas o jornal,
com base na lei de transparência
do governo, obteve cópias de documentos que mostram a compra
de 24 mil pílulas do remédio Provigil desde 1998. Especialistas ouvidos pelo diário afirmam que a
droga poderia ser usada para
manter pilotos e soldados de forças especiais acordados em operações de longa duração.
Guerra do Golfo
Segundo o "Guardian", soldados franceses já usaram o modafinil durante a Guerra do Golfo, em
1991. Ao que se sabe, por enquanto os militares americanos estão
somente fazendo estudos com o
Provigil. Experimentos conduzidos no Instituto de Pesquisa do
Exército Walter Reed (Maryland)
mostraram que as pessoas, sob
uso da droga, podiam continuar
funcionais por até 85 horas seguidas sem sono. De acordo com o
"Washington Post", atualmente a
Marinha e a Força Aérea dos EUA
permitem que os pilotos de seus
aviões tomem Dexedrine (uma
anfetamina).
Para os militares, uma droga capaz de impedir que os soldados
durmam é extremamente valiosa,
já que muitas operações -como
incursões aéreas sobre território
inimigo- podem se estender por
pelo menos 48 horas.
Descoberto no final dos anos 70
por pesquisadores franceses, o
modafinil é receitado por médicos principalmente no tratamento da narcolepsia -desordem
que provoca forte sonolência,
com períodos de cochilos breves e
incontroláveis.
De uso relativamente recente
-o Provigil só foi aprovado pela
FDA (órgão americano que regula alimentos e fármacos) em 1998
e nem fabricantes nem neurologistas sabem como ele atua no cérebro-, a droga é vista como
muito superior à cafeína e às anfetaminas como alternativa para
evitar o sono.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais provocados
pelo modafinil são irritabilidade,
excitação, tremores, tontura, dor
de cabeça, náusea, dor abdominal, pressão alta e palpitações. Sua
vantagem sobre as anfetaminas é
o fato de que não provoca uma alteração dos sentidos capaz de prejudicar a tomada de decisões nem
cria dependência física. Em testes
clínicos, somente cerca de 1% dos
voluntários reclamaram dos efeitos colaterais.
As vendas do Provigil estão decolando rapidamente, à medida
que mais e mais estudantes, caminhoneiros, programadores de
computador e outros profissionais que precisam freqüentemente atravessar noites acordados
descobrem seus poderes. No ano
passado, as vendas do Provigil em
todo o mundo passaram de
US$ 290 milhões -para este ano,
a previsão é de que supere os
US$ 400 milhões.
Considerado um estimulante
pelo Comitê Olímpico dos Estados Unidos, o modafinil já provocou punições contra diversos atletas do país que foram flagrados
em exames antidoping.
Com o "New York Times"
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