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Aeronáutica do Brasil rejeita remédios para pilotos
DA REDAÇÃO
O uso de remédios para permitir que militares possam realizar
missões de longa duração sem
dormir em ação não é uma prática adotada pela Aeronáutica do
Brasil, segundo a primeira-tenente Tiana Gusmão, médica do 6º
Esquadrão de Transporte Aéreo.
"Não recomendamos nem rebite ou estimulantes como guaraná
em pó, porque sabemos que a
pessoa vai ficar com a falsa sensação de estar descansada, mas vai
apresentar falhas", diz Gusmão.
"Isso é notado com freqüência
em investigações de acidentes,
tantos civis como militares. Oitenta por cento dos acidentes aéreos são causados por fatores humanos. E, desses 80%, 21% são relacionados a fadiga e sobrecarga
provocada." É por isso, diz, que as
missões de tripulações da FAB
têm duração máxima de 12 horas.
Assim como a oficial da Aeronáutica, a neurologista Rosana
Cardoso Alves, presidente da Sociedade Paulista do Sono, também vê com muitas reservas o uso
de drogas contra o sono por militares em missões.
Alves afirma que médicos brasileiros já têm indicado a importação do Provigil para tratamento
de pacientes que sofrem de narcolepsia. "Uma coisa é usar numa situação de guerra. Mas é uma boa
indicação para casos de sonolência excessiva, que pode ser progressiva e incapacitante para o indivíduo", afirma. Ela conta que os
pacientes não têm apresentado
intolerância, mas ressalta que, por
ser relativamente nova, ainda são
necessárias mais pesquisas para
se ter certeza que a droga não cause dependência nem danos colaterais graves.
Não existe previsão de lançamento do modafinil no mercado
brasileiro. Segundo a Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), o laboratório Libbs
apresentou no ano passado um
pedido de autorização para fabricação no país, mas depois solicitou o arquivamento do processo.
(VITOR PAOLOZZI)
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