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Cuba retira 800 mil da rota de furacão
Os ventos fortes já causavam na noite de ontem ondas de sete metros de altura na cidade de Baracoa, em Guantánamo
No Haiti, que ainda se recupera da tempestade tropical Hanna, o novo furacão fez pelo menos
47 mortos desde sábado
France Presse
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Com risco de inundação em toda a região por causa do Ike, ondas começam a invadir a cidade de Baracoa, na costa leste de Cuba
DA REDAÇÃO
Mais de 800 mil pessoas foram retiradas ontem pelas autoridades cubanas do trajeto
previsto para o furacão Ike na
ilha, de 11,2 milhões de habitantes. As chuvas e os ventos fortes
provocados pelo Ike já começaram a atingir o extremo leste do
país na noite de ontem.
Um jornalista da televisão
cubana disse que as inundações
provocaram a destruição de
mais de 80 casas e que o mar já
havia penetrado mais de 400
metros na cidade de Baracoa,
em Guantánamo.
Segundo o Insmet (Instituto
de Meteorologia de Cuba), as
ondas de até sete metros estavam passando por cima dos
edifícios. Antes de os ventos
fortes chegarem à Província,
mais de 24 mil pessoas já haviam sido retiradas da região.
A previsão do instituto meteorológico era de que o Ike
chegasse ainda ontem à província de Holguín.
Durante todo o dia, para fugir
da rota do furacão de categoria
quatro na escala Saffir-Simpson, que tem cinco níveis, milhares deixaram as cidades de
Camagüey, Santiago de Cuba,
Holguín, Matanzas e Guantánamo. A Defesa Civil ampliou o
aviso de furacão para Ciego de
Ávila, Las Tunas e Granma.
Na província de Matanzas e
na capital, Havana, as autoridades emitiram um aviso de "vigilância de furacão", onde o Ike
deve passar em seu último dia
na ilha -sua passagem por Cuba está estimada em dois dias.
Em Havana Velha, há temor
de que os ventos fortes danifiquem os prédios coloniais, classificados pela ONU como Patrimônio da Humanidade.
Ontem, os moradores fizeram grandes fila em frente a lojas e mercados, em busca de
provisões -principalmente
água, alimentos e lanternas-
para os próximos dias.
Em ônibus e caminhões,
mais de 13 mil turistas -10 mil
deles estrangeiros -, que passavam férias no balneário de
Varadero (a 130 km a leste de
Havana), foram retirados da
área costeira.
O governo deixou equipes
médicas em alerta e buscou reservas de combustível para utilizar em geradores de energia,
já que algumas regiões do país
podem ficar sem luz.
Segundo projeções do NHC
(Centro Nacional de Furacões)
dos EUA, depois de atravessar
praticamente toda a ilha, ele seguirá trajetória para o golfo do
México em direção ao Texas.
Sobre a ajuda humanitária
que os EUA ofereceu ao país
depois da passagem do furacão
Gustav (condicionada a que
fosse distribuída por ONGs, e
não pelo governo), Cuba disse
no sábado que prefere que
Washington suspenda o embargo econômico à ilha. Rússia
e China enviaram ajuda.
No Haiti
Depois dos 529 mortos deixados pela tempestade tropical
Hanna, a passagem do Ike no
Haiti deixou 47 mortos, ontem,
no povoado de Cabaret, perto
de Porto Príncipe. A informação foi dada pela premiê do
país, Michele Pierre-Louis.
O Ike deixou seu rastro também nas ilhas de Grand Inagua,
no sudeste das Bahamas, e de
Turks e Caicos. As autoridades
locais estimam que 50% das
construções tenham sofrido algum tipo de dano, mas dizem
que a magnitude exata só poderá ser sentida hoje, quando o
furacão tiver se afastado.
Com agências internacionais
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