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SUCESSÃO NOS EUA / GATO E RATO
Republicanos evitam exposição de Palin
Campanha de John McCain preserva candidata a vice tentando faturar em cima de bem-sucedido discurso em convenção
Só governadora do Alasca não participa de tradicionais programas dominicais de TV; campanhas serão paradas no dia 11 para lembrar atentados
FERNANDO RODRIGUES
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK
Os republicanos adotaram
uma estratégia para extrair o
máximo de seu novo patrimônio eleitoral, a governadora do
Alasca, Sarah Palin, candidata a
vice na chapa de John McCain.
Ela está sendo preservada de
contato direto com jornalistas
de política.
Ontem, os principais políticos e assessores envolvidos na
corrida presidencial nos EUA
apareceram nos tradicionais
programas de TV dominicais
matinais. O democrata Barack
Obama e seu candidato a vice,
Joe Biden, deram longas entrevistas para as redes ABC e NBC,
respectivamente. Já John
McCain falou para a CBS.
Ao final da entrevista, o apresentador Bob Schieffer brincou
com McCain dizendo que na
semana seguinte estaria ali Sarah Palin. Meio sem graça, e
sorrindo, o republicano respondeu perguntando: "Por que
tão cedo?".
A idéia de McCain e de sua
equipe é extrair o quanto puderem do bom momento pelo
qual passa Palin. Depois de
muito atacada ao ser anunciada, ela reverteu o cenário com
um discurso forte, cheio de sarcasmo, na última quarta-feira,
na convenção que oficializou a
chapa republicana.
Segundo pesquisa da rede
ABC, a vice de McCain é vista
de maneira favorável por 85%
dos republicanos. Entre os democratas, 24% a aprovam. Como a eleição está quase empatada no plano nacional com
uma pequena vantagem para
Obama, todos os votos democratas serão bem vindos no
campo republicano.
Com pouco conhecimento
na área de política externa, entretanto, Palin poderá tropeçar
quando for indagada, por
exemplo, sobre suas posições a
respeito da Guerra do Iraque.
A mídia local já faz anedotas
a respeito. Em um cartum na
semana passada, ela aparece ao
lado de McCain, que pergunta:
"O que você está achando do
Ahmadinejad?", referindo-se
ao presidente do Irã, Mahmoud
Ahmadinejad. Palin olha assustada e responde: "Saúde!".
Ontem, depois que ficou evidente a estratégia evitar que
Sarah Palin seja entrevistada, a
cúpula republicana acabou
acertando quando será a primeira aparição pós-convenção
da candidata na TV: no final
desta semana, quando será entrevistada pelo âncora do noticiário "World News Tonight",
Charles Gibson -esse é um dos
noticiários de maior audiência
na TV aberta dos EUA.
Não está ainda definida uma
data exata para a entrevista. Sabe-se que Gibson deve viajar
até o Alasca para entrevistá-la
no Estado onde ela construiu
sua carreira.
Mais cedo, ao conceder sua
entrevista também para a rede
ABC, no programa "This
Week", Obama foi indagado se
aceitaria ter um encontro para
debater diretamente com Palin. Ao responder, o democrata
fez uma brincadeira. Disse que
aceitaria se encontrar com ela
"na quadra" para um jogo de
basquete. "Sei que ela tem um
bom arremesso", afirmou.
11 de Setembro
Os dois candidatos anunciaram no fim de semana que vão
interromper suas campanhas
nesta quinta-feira, por ocasião
da cerimônia pelo 11 de Setembro. As TVs não receberão nesse dia propagandas de democratas nem de republicanos.
Obama e McCain terão o primeiro encontro depois de terem seus nomes oficializados
como candidatos em Nova
York, onde participarão de um
ato para lembrar o atentado.
Será o primeiro de vários. Há
pelo menos três debates já marcados, o próximo para o dia 26
deste mês.
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