São Paulo, domingo, 08 de dezembro de 2002

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BANGLADESH

Ministro diz crer que Al Qaeda esteja por trás de explosões; inteligência indiana diz que país é novo refúgio da rede

Atentados a bomba matam 15 e ferem 300

DA REDAÇÃO

Uma série quase simultânea de explosões de bombas em quatro salas de cinema em Bangladesh, lotadas de famílias que celebravam o fim do jejum observado durante o Ramadã (o mês sagrado muçulmano), deixou pelo menos 15 mortos e cerca de 300 feridos ontem em Mymenshingh, a 150 km da capital, Dacca.
O ministro do Interior bengalês, Altaf Hossain Chowdhury, disse que os ataques podem ter sido obra da rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, e pôs o país em estado de alerta.
"A polícia suspeita que a Al Qaeda ou outros grupos terroristas estejam por trás das explosões", afirmou Chowdhury. Mas ele afirmou que os ataques podem também ter sido realizados por membros da oposição tentando desestabilizar o governo.
"Estamos tentando descobrir quem está realmente envolvido nesses ataques cruéis", disse. "O governo ordenou um alerta de segurança em todo o país para evitar tentativas de ataques terroristas como esses."
Cerca de 2.000 pessoas -homens, mulheres e crianças- estavam nas salas de cinema atingidas pelas explosões no último dos três dias do Eid al Fitr. Médicos disseram que muitos dos feridos perderam membros do corpo.
Segundo eles, muitas pessoas gravemente feridas deram entrada nos hospitais da região, e o número de mortos deve aumentar. Não havia nenhum estrangeiro entre os mortos no atentado.
A polícia declarou ter isolado a área e dado início a uma investigação. Ninguém assumiu a autoria dos atentados imediatamente.
Cinco pessoas foram presas perto dos cinemas, suspeitas de envolvimento nos ataques, disse a polícia.
As explosões contrastam com atentados recentes na Ásia atribuídos a extremistas islâmicos, incluindo o de 12 de outubro em Bali, pois aparentemente não tiveram tido ocidentais como alvo.

Novo refúgio
Um jornal indiano afirmou no mês passado que as agências de inteligência de Nova Déli acreditavam que o egípcio Ayman al Zawahiri, tido como o braço direito de Bin Laden, estivesse escondido em Bangladesh. Dacca nega.
O diário "Hindustan Times" citou um relatório da inteligência que apontava Bangladesh, país vizinho à Índia, como o novo refúgio da Al Qaeda e que dizia que Zawahiri estava no país desde setembro deste ano.
Em novembro, Bangladesh disse que estava investigando a existência de 99 campos de treinamento de grupos rebeldes indianos em seu território. "Uma lista de 99 campos de grupos rebeldes dos Estados do nordeste indiano está sendo investigada, e o resultado será encaminhado à Índia", disse o chanceler de Bangladesh, Shamsher M. Chowdhury.
Bangladesh, que divide 4.000 km de fronteira com a Índia, sempre negou a presença de grupos rebeldes indianos em seu território.


Com agências internacionais


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