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AMÉRICA LATINA
Ríos Montt é candidato do governo, mas, pela Constituição, não poderia concorrer; grande efetivo dá segurança
Guatemala escolhe presidente com ex-ditador no páreo
JOÃO CARLOS BOTELHO
DA REDAÇÃO
As eleições presidenciais de hoje
na Guatemala se realizam com
um contingente de segurança de
48,2 mil soldados e policiais e outro de mais de 5.000 observadores
eleitorais. O ex-ditador Efraín
Ríos Montt (1982-1983) é o candidato do presidente Alfonso Portillo, apesar de a Constituição vetar
a participação de ex-ditadores.
O reforço de 27,2 mil homens
do Exército foi convocado porque
ex-paramilitares que ajudavam a
combater a guerrilha durante a
guerra civil (1960-96) ameaçaram
tumultuar a votação para protestar contra o não-pagamento de
suas indenizações pelo governo.
Há cerca de 5 milhões de eleitores. Além do presidente, cujo
mandato é de quatro anos, serão
escolhidos 158 deputados para o
Congresso, os prefeitos das 331 cidades do país e 20 deputados no
Parlamento Centro-Americano.
Os candidatos a presidente são
11. Só um postulante a vice representa os indígenas, que são cerca
de 45% da população. Segundo a
última pesquisa do instituto Vox
Latina, os favoritos são Oscar Berger, de direita, e Alvaro Colom, de
centro-direita. Se ninguém tiver
mais de 50% dos votos, haverá segundo turno em 28 de dezembro.
Berger, da Gana (Grande Aliança Nacional), tinha 30,9%, contra
27,4% de Colom, da UNE (União
Nacional da Esperança). Ríos
Montt, da governista FRG (Frente
Republicana Guatemalteca), de
direita, era terceiro, com 11,4%.
Entre os observadores estrangeiros, os principais são a Organização dos Estados Americanos e a
União Européia. Já o maior contingente é do grupo local Observador Eleitoral. "Isso é novo. Ao
menos com essa articulação", disse o sociólogo Alvaro Velasquez,
da Universidad Católica. A possibilidade de fraude, porém, foi
descartada. Apesar disso, houve
denúncias de grupos de direitos
humanos e setores empresarias,
que apóiam Berger, sobre ameaças de violência que favoreceriam
Ríos Montt. Durante a campanha,
29 opositores foram mortos.
A indígena Rigoberta Menchú,
Nobel da Paz em 1992, pediu o voto em Berger ou Colom, para evitar que o ex-ditador, a quem acusa de genocídio, tenha chance. A
candidatura dele foi liberada pela
Corte Constitucional, acusada de
ser dominada por governistas.
Com agências internacionais
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