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Candidatos rivais à Casa Branca dão pistas sobre posicionamento externo
ELISABETH BUMILLER
DO "NEW YORK TIMES", EM LAS VEGAS
Quando tropas russas atacaram a Ossétia do Sul, na sexta-feira, a reação de John McCain,
virtual candidato republicano à
Presidência dos EUA, foi imediata e intransigente.
Em nota, o senador disse que
a Rússia "cruzou uma fronteira
internacionalmente reconhecida, penetrando no território
soberano da Geórgia" e que deveria "cessar incondicionalmente suas operações militares
e retirar todas as suas forças".
Já seu rival democrata, o senador Barack Obama, não culpou a Rússia diretamente. "O
momento atual pede que Geórgia e Rússia se contenham e
evitem uma escalada para uma
guerra em escala total", disse.
"Todas as partes devem iniciar
conversações diretas em prol
da estabilidade na Geórgia."
Mais tarde, ao ser confirmada a notícia da invasão russa,
Obama endureceu o discurso:
"O que está claro é que a Rússia
invadiu o território soberano
da Geórgia -que a Rússia desrespeitou a soberania da Geórgia, e é muito importante que
resolvamos essa questão o mais
rapidamente possível".
As respostas, dadas no meio
dos cálculos políticos de uma
campanha presidencial, indicam como McCain e Obama
poderiam reagir diante de uma
crise internacional.
Para preparar o comunicado,
McCain pediu a ajuda de seu
principal assessor para política
externa, Randy Scheunemann,
cuja firma faz lobby pela Geórgia há quatro anos. No sábado,
divulgou outro comunicado, dizendo que "está claro que a situação é muito grave" e reiterando seu chamado à Rússia
para que ela recue.
Obama também intensificou
a retórica no sábado. "Está claro que nas últimas 24 horas a
crise se agravou" e que "a Rússia é a responsável por esse
agravamento", disse seu assessor internacional, Ben Rhodes.
A atuação de Scheunemann
acabou sendo explorada pela
campanha de Obama. "O principal assessor de política externa de John McCain fez lobby
pela Geórgia e tem interesses
nesse país, e McCain refletiu a
posição defendida pelo governo", disse o porta-voz Hari Sevugan, acrescentando que "a
aparência de conflito de interesses" é conseqüência dos laços de McCain com lobistas.
A campanha de McCain fez
pouco caso. "No meio de uma
crise internacional, em que
pessoas estão sendo mortas, o
melhor que a campanha de
Obama consegue fazer é difamar um membro da equipe de
McCain", disse.
Tradução de CLARA ALLAIN
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