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Washington diverge sobre visita
de Carter a Fidel, que começa hoje
DE WASHINGTON
Enquanto a Casa Branca prepara medidas para apertar ainda
mais o embargo e as pressões políticas contra o governo de Havana, começa hoje a visita da mais
notória personalidade política
dos EUA a Cuba desde que Fidel
Castro chegou ao poder, em 1959.
O ex-presidente Jimmy Carter
chega hoje a Havana para uma visita de cinco dias, durante os
quais conversará com Fidel e com
cubanos de todas as tendências.
"Não espero que esta viagem mude o governo cubano ou suas políticas, mas é uma oportunidade
para explorar assuntos de interesse mútuo entre nossos cidadãos e
para compartilhar idéias sobre
como melhorar as relações entre
EUA e Cuba."
Em Washington, há divergências sobre o impacto que a iniciativa terá sobre as relações entre os
dois países. Apesar de a viagem
ter recebido a aprovação do Departamento de Estado, que precisa emitir uma autorização especial para qualquer cidadão americano que queira visitar Cuba, a
iniciativa de Carter marca a diferença entre duas abordagens que
pautaram as iniciativas de Washington com relação a Fidel desde
a revolução cubana, em 1959.
Na última segunda-feira, o governo republicano instalado na
Casa Branca acusou Cuba de desenvolver armas biológicas e de
transferir sua tecnologia para países hostis aos EUA. A acusação foi
feita pelo subsecretário de Estado
John Bolton. É a primeira vez que
os EUA levantam a hipótese de
que Cuba esteja desenvolvendo
armas de destruição em massa.
Na quinta-feira, Bolton pediu o
reforço do embargo contra Cuba
e ironizou a viagem de Carter. "A
viagem mostra que cabe mais de
uma visão dentro do Departamento de Estado", disse ele, durante evento público em Washington, referindo-se à sua discordância com relação à autorização para que Carter viajasse. "Mas
não vou mais falar sobre o assunto porque pode haver chefes meus
aqui na platéia."
Diferentemente da política de
Bush para Cuba, Carter foi o presidente que mais buscou aproximar-se do regime comunista de
Fidel. Fez o acordo que instalou a
representação diplomática norte-americana em Havana e a cubana
em Washington. Além disso, tentou relaxar restrições a viagens a
Cuba. Mas a política de Carter fracassou, contribuindo para a sucessão de crises que acabaram
com a credibilidade de sua Presidência.
Autoridades da administração
Bush consideram "inútil" e "ingênua" a iniciativa de Carter.
(MA)
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